"- Você é aquele a quem eles chamam de Strahd von Zarovich.
A estranha voz áspera esfaqueou minha mente e ouvidos de uma só vez, enviando um frisson gelado de medo subindo por minha espinha. Eu não estava preparado para a sonoridade ou o frio, mas me esforcei bastante para não vacilar. E consegui. Por um instante, me perguntei se era a voz da coisa que me tentara a entrar na minha barganha há quase dois séculos, mas apenas por um instante. A voz daquela época não precisaria confirmar minha identidade.
- Você é quem se chama Azalin?
Voltei, olhando cautelosamente para mim, antes de me virar novamente para a casa. Às vezes, havia um intervalo na névoa e eu via a figura pela janela, disforme em uma capa escura e com a cabeça nua.
- Azalin é o que alguns aqui optaram por me chamar."
(Trecho retirado de I, Strahd. The War Against Azalin).
AZALIN REX, LORDE DAS TREVAS DE DARKON
DOMÍNIOS DO MEDO
Os Domínios do Medo são compostos
por pedaços de “nações” delimitadas, muito similares a planos independentes,
como as células de uma colmeia – ou as celas de uma prisão. Cada um desses
países construídos artificialmente, chamado de domínios, é a prisão de uma
entidade maligna singular: Um Lorde das Trevas, também conhecido como Lorde
Sombrio ou Lorde Negro. Um Domínio pode permanecer isolado, como uma “Ilha de
Terror” rodeada pelas Brumas de Ravenloft, ou pode se unir a outros Domínios em
“aglomerados” para formar uma paisagem única contínua.
Todos os aspectos de um Domínio,
desde seu clima até as criaturas que o habitam, são reflexos sutis de seu
lorde, oferecendo memórias angustiantes das transgressões que forjaram a
condenação do “governante”. O tamanho de um Domínio varia entre uma única sala
e um território feudal isolado, passando por regiões extensas repletas de
cidades e culturas prósperas. Alguns sábios estudiosos do oculto acreditam que o
tamanho de um domínio está relacionado à força de personalidade de seu Lorde,
ao seu potencial desperdiçado ou mesmo à desgraça de sua história. Entretanto,
os Poderes Sombrios podem conceder a um Lorde menos exigente um Domínio vasto e
pouco povoado, aumentando seu isolamento, ou trancar um governante poderoso em
um Domínio menor, concentrando sua maldade.
(Ravenloft, Cenário de Campanha.
Arthaus; 2001)
AZALIN REX
LORDE DAS TREVAS
DESCRIÇÃO
Como um mago morto-vivo, a
verdadeira aparência de Azalin se assemelha a um esqueleto ou múmia. Em sua
aparência cotidiana, no entanto, Azalin mantém a ilusão de um rei vivo,
imitando aproximadamente sua aparência já no final de sua vida: um homem idoso
com traços aquilinos e um olhar penetrante, com cabelos escuros despenteados,
usando uma pesada coroa de ferro. No entanto, ele pode alterar sua aparência
para se parecer com muitos indivíduos, mesmo os de uma raça ou gênero
diferente. Talvez como resultado dessa mudança constante, as imagens oficiais
de Azalin são muito diferentes, com grandes variações de artista para artista
para cada suplemento já lançado para Ravenloft, muito mais do que as imagens de
personagens como Lord Soth ou Strahd von Zarovich.
HISTÓRIA
Vida Pregressa
Na juventude, Firan desejava
obter controle sobre os outros e sobre si próprio acima de tudo, até por suas
explosões de raiva e decisões impacientes das quais mais tarde se arrependia.
Mesmo após se tornar um lich e soberano, essas características se repetiram,
pintando o retrato de um governante que exigia lealdade e ordem, mas
secretamente e constantemente frustrado pelas falhas de seus semelhantes e de
si mesmo.
O único membro da família que ele
amava sem reservas era seu irmão mais novo, Irik. Onde Firan era rápido em se
enfurecer e lento em perdoar, Irik era o oposto. Firan prosseguiu seus estudos
pois tinha sede de conhecimento, mas ocasionalmente exibia uma incapacidade de
analisar as consequências ou uma ignorância das possíveis repercussões. A morte
de Irik foi um exemplo revelador: aos 15 anos, Firan convocou um demônio que se
libertou de seu controle e matou Irik. As ações de Firan fizeram seu pai
expulsar Quantarius da cidade, e Firan decidiu segui-lo no exílio, continuando
seus estudos. Com o tempo, ele aprenderia magias que poucos outros magos
poderiam dominar (e que estão muito além do alcance dos personagens normais de
D&D): ele era capaz de se curar permanentemente roubando as forças vitais
de outras pessoas, de ler mentes e de roubar informações mágicas (aprendendo
novos feitiços numa velocidade impressionante) e de estender sua própria vida
drenando a vitalidade dos inimigos.
Governando Knurl
Ranald Zal'honan morreu como
resultado de um estilo de vida perdulário e dado a glutonia, e Firan voltou
para sua casa, assumindo o trono e governando como "Azal'Lan", ou
rei-mago. Ele teve sucesso em reverter o declínio que Knurl sofreu sob o
reinado de Ranald e fazê-lo grande novamente em termos econômico e militar.
Além disso, sob seu reinado, a magia tornou-se novamente uma parte importante
da vida cotidiana de Knurl.
Firan jurou lealdade ao distante
Trono Malaquita do Grande Reino, mas conduziu muitas campanhas militares não
aprovadas contra as tribos vizinhas, acrescentando generosamente terrotórios a
Knurl. Seu reinado foi marcado pela prosperidade e crescimento, mas também pela
violência e dissidência das tribos conquistadas.
Firan tinha 60 anos quando se
casou, pois seus feitiços que prolongavam a vida começaram a falhar e ele
precisava de um herdeiro. Seu casamento sem amor levou 18 anos para produzir um
filho, devido à esposa utilizar poderes
de uma bruxa para impedir que ela e Firan concebessem um herdeiro. Olessa
morreu no parto, amaldiçoando-o. Firan nomeou seu filho Irik, em homenagem a
seu irmão - mas o nome carregaria mais ressonância do que um simples nome. Seu
filho herdou a bondade e a generosidade do irmão de Firan, e não seguiu os
passos severos de seu pai, uma característica que Firan via como fraqueza.
Quando Irik foi pego libertando prisioneiros políticos, Firan se viu diante de
uma escolha: perdoar seu filho ou matá-lo. De acordo com suas próprias leis e
como símbolo de sua estrita devoção a eles, Firan não apenas permitiu a
execução, mas também empunhou a lâmina do carrasco.
Embora esse ato tenha
impressionado seus cidadãos com a rigidez de seu governo, o próprio Firan
estava atormentado por dúvidas sobre suas próprias ações. Ele ficou obcecado em
encontrar um meio de viver para sempre, ou encontrar um meio de trazer seu
filho de volta dos mortos para tentar treiná-lo novamente. Enquanto lamentava
seu fracasso como pai, uma força sombria e sem nome lhe deu a fórmula secreta
para se tornar um Lich.
Firan eliminou sua mortalidade e
mudou seu título oficial para Azal'Lan, governando por mais 60 anos. Durante
esse tempo, Knurl se tornou uma grande potência nas Flanaess, até ousando
renunciar à lealdade ao Trono da Malaquita. O poder militar e comercial de
Azal'Lan começou a avançar sobre os territórios dos reinos vizinhos, que procuravam
maneiras de eliminar Azal'Lan. Assassinos e exércitos pareciam incapazes de
derrubá-lo, mas o curso de sua queda viria das tribos menores que ele derrotara
no início de seu reinado.
Azal'Lan foi finalmente atraído
para fora de suas defesas pela promessa de um novo feitiço mágico que poderia
permitir que um mago restaurasse a vida verdadeira de um cadáver. Cego por suas
esperanças de restaurar seu filho, Azal'Lan saiu com uma pequena comitiva de
guardas e foi emboscado por um grupo de mercenários. Fugindo da perseguição,
ele entrou em um denso nevoeiro para despistá-los. Ele nunca mais viu Knurl
novamente.
Chegada em Ravenloft
Das brumas ele apareceu então em Barovia, cujos habitantes o
chamaram de "Azalin" ao ouvir seu nome. Continuando em sua busca
insaciável por conhecimento, aterrorizou vários boiardos (título aristocrático
da antiga Rússia e usado em Barovia) locais em busca de textos mágicos. Durante
esse período, ele aparentemente descobriu algo semelhante ao feitiço de
restauração de vida que procurava, mas se ele seria capaz de aprender isso de
alguma forma não ficou claro (consulte Anomalias de Memória abaixo).
Não demorou muito para ele chamar
a atenção - e respeito relutante - do Lorde das Trevas do domínio. Preso em
Barovia e sofrendo de um estranho mal que o impedia de aprender novos feitiços,
Azalin forjou uma aliança desconfortável com Strahd. Azalin, que era um
conjurador muito mais poderoso que o vampiro, instruiria Strahd nas artes
mágicas em troca de sua ajuda nos experimentos de Azalin, que visavam enviar o
lich ao seu próprio plano. Essa colaboração levou à primeira tentativa de
romper a fronteira de brumas em torno de Barovia e escapar usando um aparato
criado por Azalin.
Tal tentativa resultou na chegada
da dupla ao reino externo de Mordente (Mordent), onde fica a cidade de Condado de Mordente (Mordentshire). Lá, o
Aparelho dividiu a personalidade de Strahd em manifestações do bem e do mal:
Alquimista e Criatura, respectivamente. O papel de Azalin nessa aventura (The
House on Gryphon Hill) parece ser amplamente observacional. As tentativas do
Alquimista e da Criatura de se destruirem causaram um fracasso na tentativa de
fuga, e forçaram Mordente a se juntar ao Semiplano de Ravenloft.
Anomalias de Memória
Após o fracassado no incidente de
Mordente, a relação já tensa entre Azalin e Strahd se desgastou ainda mais.
Quando o domínio de Mordent realmente apareceu além das fronteiras de Barovia,
Azalin deduziu que a fronteira de brumas de Ravenloft poderia abraçar outras
terras, livres da autoridade de Strahd. Ele entrou na névoa sozinho e emergiu
em um reino próprio: Darkon (Essa história é contada em I, Strahd - The War Aginst Azalin).
Aqui, a natureza exata da
existência de Azalin não é clara, sob dois aspectos: O primeiro é a questão de
uma divisão de personalidade - uma fonte (King of the Dead, um romance
canônico) sustenta que um mago viajante chamado Firan apareceu na fronteira,
enquanto uma criatura morta-viva semelhante a um lich chamada Darcalus se materializou
no castelo central de Darkon, Avernus. Firan, um justo e bom aventureiro,
acabou procurando o tirano depravado Darcalus e o confrontou, assim como o
Alquimista Strahd e a Criatura Strahd fizeram em Mordent. No entanto, poucos
produtos da linha Ravenloft se referem a isso (embora não o contradigam
explicitamente). Segundo o Rei dos Mortos, Firan tropeçou em Darkon sem
memória, e não recuperou sua memória até derrotar Darcalus, quando a essência
dos mortos-vivos se fundiu com a sua e o tornou Azalin mais uma vez. O romance
também mostra sua raiva ao perceber que ele havia chegado tão perto de escapar
de seu desprezível estado de morto-vivo, bem como das obrigações como
governante.
O certo é que, quando se tornou Lorde
de Darkon, sua maldição estava firme. Além disso, uma maldição semelhante
atinge todos os viajantes de Darkon, que acabam perdendo suas memórias e
ganhando memórias falsas de uma vida passada em Darkon após cerca de três
meses. O lar de Azalin, o Castelo Avernus, abriga o Livro dos Nomes - um tomo
mágico que registra as memórias verdadeiras à medida que elas são perdidas - e
está implícito que o próprio Azalin apenas redescobriu seu verdadeiro passado
depois de ler o livro.
Governo de Darkon
Depois de alguns anos gastos
criando a polícia secreta de Kargat, Azalin se preparou para uma invasão maciça
de Barovia para derrubar seu arqui-inimigo. A invasão foi frustrada pelos
servos de Strahd, que atacaram a liderança Kargat e interromperam a cadeia de
comando de Azalin. Posteriormente, o esforço de reconstruir o Kargat e o
surgimento de domínios como Falkovnia acabaram com o interesse militar de
Azalin em Barovia.
O domínio de Azalin sobre Darkon
foi absoluto: todos os assuntos políticos, militares e a Kargat acabaram por
reportar a ele. Seu governo é estritamente legalista, a ponto de ser cruel, mas
baseado em grande parte no engano - tanto em termos da ilusão de Azalin de ser
um rei mortal, como também na docilidade artificial que seus civis exibem,
graças às suas falsas lembranças. No entanto, essa concentração de poder tinha
suas fraquezas, especialmente porque Azalin demonstrou várias vezes sua vontade
de abandonar seu povo e seu reino a qualquer momento, se isso significasse uma
chance de escapar de Ravenloft.
Militarmente, Azalin reconhece a
futilidade de tentar estender suas fronteiras através da conquista. Também na
defesa, ele tem pouco a temer. Em nada menos que quatro ocasiões, o país
vizinho de Falkovnia, ao sul, declarou guerra, e o domínio de mortos-vivos de
Azalin expulsou facilmente seus soldados.
Tentativas de Fuga
Nos últimos 30 anos, Azalin tentou
escapar de Ravenloft mais duas vezes.
A primeira tentativa foi
manipular a Grande Conjunção, em que ele enviou heróis poderosos em uma viagem
através do tempo para roubar artefatos importantes da época de formação de
Ravenloft. As ações de Azalin dividiram o Semiplano, liberando todos os Lordes
das Trevas para aterrorizar outros mundos. No entanto, seu ódio por Strahd
provou ser sua ruína: Azalin voltou a enfrentar seu inimigo, dando aos heróis a
chance de reverter a Grande Conjunção e recriar a prisão de Ravenloft mais uma
vez. Alguns Lordes das Trevas escaparam permanentemente; Azalin e Strahd não
estavam entre eles.
(A história real da Grande
Conjunção envolve seis aventuras tenuamente relacionadas, ligadas por uma
profecia que você pode ler AQUI. Os materiais-fonte posteriores alegaram que a
falha de Azalin foi interromper a ordem dos versos dos dois últimos dísticos da
profecia, embora a ordem "correta" dos versos mudem frequentemente de
produto para produto.)
Azalin então iniciou um projeto
paralelo destinado a contornar sua maldição mágica: ele "engravidou"
magicamente várias mulheres com clones de si mesmo, depois tentou colher o
conhecimento mágico dos clones quando atingiram a idade adulta após uma
infância de tutela mágica. Embora esse experimento tenha falhado, resultou na
criação de Lowellyn Dachine, um clone de Azalin, e uma figura importante nos
últimos dias de Darkon.
Ele então trabalhou por 10 anos
na criação de seu "dispositivo do dia do juízo final", que o
transformaria em um demilich e permitiria que sua essência imaterial escapasse.
O protótipo transformou Lowellyn Dachine em um elemental negativo da matéria
conhecido apenas como Morte.
O segundo uso da máquina causou o
Requiem, matando toda a vida em Il Aluk, a capital de Darkon, e espalhando a
essência de Azalin pelo domínio. Ele permaneceu naquele estado por cinco anos
antes de se recompor e assumir o cadáver de seu filho, que estava sepultado no
castelo Avernus por quase duzentos anos. O espírito de Irik assombra Azalin,
lembrando-o constantemente de suas ações e instando seu pai a se redimir. É
desnecessário dizer que Azalin dá a este conselho pouca atenção.
Durante sua ausência, Il Aluk se
tornou uma necrópole de mortos-vivos, governada pela Morte, e seus tenentes de
Kargat ficaram loucos. Agentes mortais leais a Azalin ajudaram a frustrar as
tentativas de usurpação de um líder rebelde de Kargat (Tavelia) e também do
novo governante de Il Aluk, a Morte. Embora reinstalado como governante de
Darkon, as preocupações atuais de Azalin são a re-centralização de seu poder, a
eliminação de oficiais rebeldes de Kargat e o futuro de Necrópolis, cuja mera
existência é um desafio diário ao seu próprio poder.
Atualmente
Hoje, os experimentos de Azalin
parecem se concentrar em mais do que apenas escapar. Ele ganhou vários poderes
importantes, incluindo a capacidade de olhar dentro da mente e alterar as
memórias de qualquer pessoa em Darkon. Seu controle sobre mortos-vivos ainda é
absoluto, sem limite aparente ao número ou poder dos escravos assim
controlados, e sua capacidade como conjurador em grande parte é vista como
inigualável.
Filacteria de Azalin é uma enorme
caveira dourada de dragão, pesada ao ponto de ser dificílimo de ser carregado.
Também parece quase indestrutível. O nível de dependência de Azalin com sua
filacteria pode ser igual ou até menor que a maioria dos liches - algumas
fontes afirmam que ele será morto instantaneamente se for destruído, enquanto
outras sugerem que ele sobreviverá enquanto seu corpo físico não for destruído
junto com ele. Como a maioria dos liches, Azalin é protege com muito empenho
seu nome verdadeiro, embora seja discutível se isso está relacionado a alguma
fraqueza verdadeira (talvez por causa de alguns feitiços ou rituis exijam que o
nome verdadeiro seja falado).
Azalin encomendou os serviços de
um estudioso para viajar e pesquisar os domínios de Ravenloft. Especulações
indicam que ele ainda está procurando um método para escapar de Ravenloft. De
acordo com vários dos últimos produtos lançados do cenário, seu plano atual de
escapar de Ravenloft parece envolver a descoberta de um método para desfazer os
laços mágicos que ligam o Dukkar, Malocchio Aderre, ao domínio da Invidia e
também envolver os outros filhos do ínfero conhecido como "O Cavalheiro
Visitante". Como a linha dos Gazetteers foi descontinuada e não houve mais
suplementos do cenário, tudo seguirá como mera especulação.
Para baixar o PDF com a ficha de Azalin, clique AQUI!
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FINALIZANDO
E então? Gostaram de nossa adaptação? E da história deste Lorde Sombrio? Querem conhecer nossa adaptação pra 5E de Ravenloft, bem anterior a adaptação oficial? Podem ler ela AQUI. Querem ler sobre outros PdMs oficiais de Ravenloft? Temos algumas crias das brumas sobre as quais você pode ler AQUI.
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Bons jogos.