A CELEBRAÇÃO DAS ESTAÇÕES NA CORTE SEELIE
Em
outubro de 2003, Gwendolyn F. M. Kestrelis e Faith M. Price escreveram sobre as
festas das estações na corte seelie, a corte do verão, para a página da Wizards
of the Coast. Gwendolyn trabalhou como editora na Wizards of the Coast e
escreveu, editou ou colaborou com a criação de diversos livros de D&D e de
outros sistemas. Faith, antes de surgir no mundo do RPG, escrevia para revistas
e depois passou a colaborar em alguns artigos na página da Wizards. Tendo em
vista nossa publicação recente que você pode ler AQUI, achei por bem traduzir,
adaptar e publicar esse texto. Enquanto o texto anterior tratava de apresentar
as cortes e as arquifadas, este texto apresenta um pouco da ambientação e da
sociedade de uma das Cortes, enriquecendo a descrição de Faéria e da Corte do
Verão. Para mais ideias de aventuras e Faéria, você pode encontrar AQUI.
Laisha
fez seu último gesto e a ilusão do dragão fada desapareceu. Então ela voltou a
cantar com sua voz única. A canção sobre o assassinato de Delilah no Lago
Espelhado era a mais triste de todas e lembrava que Faéria era uma terra de inúmeras
belezas e incríveis perigos. Mais do que isso, lembrava que Lago espelhado não
existia mais. Agora se chamava Lagoa das Lágrimas. Todos estavam emocionados,
mas ninguém mais do que Laisha, afinal, perdera sua companheira naquela noite
maldita. E uma vez a cada século ela fazia questão de lembrar a todos do que
perdeu em nome de Faéria.
As
fadas florescem em festas e bailes, vendo-os como uma chance não apenas de
acabar com a monotonia que pode vir com uma vida quase eterna, mas como uma
ferramenta em sua busca interminável por status social. As celebrações oferecem
oportunidades para exibir conexões e atrair o favor daqueles que estão no
poder. Assim, as fadas celebram uma miríade de festivais ao longo do ano.
Grande
parte do poder e da longevidade das fadas deriva da energia viva encontrada na
natureza em Faéria. Por causa disso, os festivais costumam servir como um
lembrete de sua dependência da flora e fauna em que vivem, bem como dos corpos
celestes que controlam os ciclos da vida. Enquanto muitos festivais foram
criados recentemente e atraem principalmente as fadas locais, celebrar as
estações em seu ponto alto é uma tradição da Corte Seelie há pelo menos um milênio.
Esses festivais atraem fadas de todos os planos e regiões.
O
SOLSTÍCIO DE VERÃO
Embora
uma ausência ocasional das celebrações consideradas menores do solstício de
inverno e dos equinócios de outono e primavera seja vagamente desaprovada,
nenhuma fada de boa reputação na corte desejaria perder o espetáculo do Solstício
de Verão, uma celebração de um mês que começa no dia mais longo do ano. Começa
com uma dança elaboradamente coreografada que conta a história da Rainha
Seelie, e também conta a lenda da “mais antiga das rainhas”, a Rainha da
Iluminação. Essa cerimônia de abertura pode levar até cinco dias e é realizada
nos terrenos que cercam a corte da Rainha da Corte da Luz, Titânia.
Após
a dança, alguns mecenas entre as fadas trazem seus protegidos para se
apresentar para a Corte. Histórias são contadas, poemas recitados e baladas de
grande beleza cantadas, todas honrando a rainha ou a natureza. Depois que a
rainha ouviu e viu todos os artistas, ela concede um prêmio ao seu favorito. Este
artista pode receber uma pena de escrita abençoada ou uma joia capaz de
aprimorar a voz, mas é o mecenas da fada vencedora quem recebe a verdadeira
honra e seu prêmio é muito maior: Para ele, a rainha dá uma Guirlanda de Fogo Estelar. Cada flor na
guirlanda é feita a partir da essência das estrelas. Este item mágico lembra
bastante em funcionamento com um Elmo Brilhante, exceto que é uma
guirlanda com diversos tipos de flores, e cada tipo é capaz de conjurar uma
magia. Escolhas comuns vão de luzes
dançantes e Fogo das Fadas até Rajada Prismática.
Durante
o festival do solstício de verão, a rainha também escolhe um novo Mestre dos Encontros.
Ele assume a responsabilidade de providenciar entretenimento para diversão de
todos até o próximo Solstício de Verão. Ganhar este cargo é uma honraria de extremo
prestigio, mas também perigosa, pois a rainha não tolera falhas ou erros.
A
celebração termina com a entrega de presentes para a rainha. Cada nobre sabe
que seu presente será julgado pela rainha e por todas as fadas presentes, e que
o status social pode ser ganho ou perdido com base em sua escolha. Os presentes
costumam ser preparados com meses de antecedência, resultando em ofertas
elaboradas, cada uma mais exclusiva que a anterior.
Os
membros da Corte não são os únicos que usam essa ocasião para obter favor.
Qualquer fada pode pedir ao servo da rainha que seu presente seja aberto
pessoalmente pela rainha. Se ela achar a oferta divertida, o doador poderá
receber um pequeno sinal da apreciação da rainha. Se o presente for julgado
comum, a fada pode ter se exposto ao ridículo ou muito pior.
O
EQUINÓCIO DE OUTONO
O
Equinócio de Outono é comemorado na floresta mais antiga, os Carvalhos da Primeira
Terra. Esta celebração de cinco dias começa com a Festa da Recompensa. Comida e
vinho ricos são trazidos, e brindes de agradecimento são feitos pelas provisões
do ano. O banquete pode durar vários dias, já que cada feudo presente faz um
brinde.
Apesar
da rainha participar do festival, ela não é o foco central. A caçada, realizada
no dia do equinócio, é o principal evento de gala. A cada ano, uma nova presa é
escolhida e equipada com certos encantamentos e disfarces mágicos. Grupos de
Caça de todos os tamanhos partem em perseguição. A rainha apresenta um Chifre de Recompensa à fada que captura
e devolve a presa. Este item é encantado magicamente e tem o formato de uma
cornucópia. Se a pessoa tenta domar o instrumento mágico, o que leva 10 minutos
e exige um teste de Carisma (Atuação) CD 15 para ser bem-sucedido, ela consegue
emular os efeitos da magia Banquete de
Heróis. O item exige sintonização e seu usuário pode tentar toca-lo uma vez
por descanso longo.
O
SOLSTÍCIO DE INVERNO
O
Festival de 10 dias do Solstício de Inverno celebra os términos e o repouso.
Começa no dia mais curto do ano e é tradicionalmente realizada entre as ruínas
dos antigos Gigantes de Pedra. Essas ruínas lembram às Fadas que, ao substituírem
os gigantes, em algum momento elas também serão substituídas por uma espécie
mais nova.
Durante
este baile, as fadas são carinhosas umas com as outras, algo bastante incomum.
Embora a disputa por posição social ainda ocorra entre os nobres, muitas
pequenas negligências que normalmente causariam demonstrações elaboradas de
ofensa são ignoradas. Até a rainha Seelie é conhecida por (muito
ocasionalmente) negligenciar uma pequena quebra de etiqueta.
Os
presentes são trocados entre os fadas, principalmente para mostrar afeto e apreço
pela amizade. Muitos feudos trazem presentes extras como precaução; ser pego
sem um presente recíproco para um conhecido é considerado um insulto grave.
O
festival termina com um baile de máscaras. Bolas brilhantes de luz iluminam a
noite, lançando um arco-íris de cores no salão de festas nevado. Trajes escandalosamente
suntuosos feitos de penas representando a flora e a fauna lançam os feéricos
sob uma luz ainda mais sobrenatural. Nesse momento, alguém de fora veria a
elegância intrínseca e o pathos do reino das fadas. Durante os últimos momentos
do baile, a rainha dá um presente a quem trajou a roupa que mais lhe agradou. O
presente, uma Capa do Abrigo,
protege o usuário dos riscos que marcam os meses de inverno, fornecendo
resistência ao frio, fazendo com que ele se sinta sempre bem alimentado,
permitindo que ele se recupere recebendo os benefícios de um descanso longo em
apenas 2 horas e permitindo que, uma vez por dia, o usuário conjure a magia
Pequeno refúgio de Leomund.
O
EQUINÓCIO DE PRIMAVERA
A
celebração do Equinócio da Primavera marca novos começos. Depois da longa
escuridão do inverno, uma brisa de juventude sopra através de Faéria. Até a
mais velha das fadas experimenta uma vitalidade renovada.
Este
festival de cinco dias termina no equinócio e se concentra no nascimento e nas
peças de teatro. É tradicionalmente realizada em um prado perto da corte da
rainha Seelie. Muitos feéricos vêm vestidos com roupas que consistem apenas em
folhas ou flores da primavera e usam guirlandas brancas ou amarelas em suas
cabeças.
Enigmas
são contados e peças encenadas para diversão da rainha e de sua corte. É neste
momento que quaisquer novos nascimentos, nas raras ocasiões em que ocorrem, são
anunciados. O período de celebração termina com uma caçada. Pistas impossíveis
enviam os caçadores através de muitos planos em busca de itens imaginários. O
vencedor da caçada recebe uma Bolsa de
Bolotas do Carvalho Desperto. Esta bolsa simples feita de couro fino e bem
trabalhado contém 1d6 bolotas. Sob seu comando, uma bolota se transforma em um
enorme carvalho que ganha vida e se torna uma árvore desperta pelo período de
24 horas, obedecendo o possuidor da Bolsa. Após às 24 horas, ele cria raízes no
lugar mais próximo que seja possível dentro de 300 metros e perde a
consciência, se tornando um enorme carvalho.
FINALIZANDO A TRADUÇÃO
Bons Jogos.