A RUNA RETORCIDA
A Runa Retorcida é uma cabala de mortos vivos, em sua maioria conjuradores, que usa de manipulação e magia para ser o verdadeiro poder no sudoeste de Faerun, em especial na região de Calimshan e arredores. Sendo composta por seres imortais, a Runa Retorcida faz movimentos lentos e precisos, usando com paciência seu vasto poder, utilizando-se de agentes que contratam agentes que contratam agentes, de forma tal que seu Conselho Interno, composto por nove poderosos mortos vivos, nunca tenha sua identidade revelada.
Para escrever esse artigo pesquisamos principalmente nos livros de suplementos Empires of the Shining Sea (AD&D), Lords of Darkness (3ª edição), no romance Spellstorm, na aventura Undermountain: Stardock e na Wiki de Forgotten Realms.
Phylactery Lich por Komarckart |
HISTÓRIA
A Runa foi fundada no ano de 864 CV, por Rysellan, o Escuro. Rysellan acabaria sendo destruído em 1188 por outros três liches do Conselho Interno, acusado de traição e de revelar segredos da cabala para o mago da corte de Tethyr Wyvorlaa. Estes eventos não só acabaram com Rysellan como, ao ser revelada a ligação de Wyvorlaa com o fundador da Runa, acabou por sentenciá-lo a morte em Tethyr. Apesar dessa traição (e de outras), os Mestres das Runas (como os membros do Conselho Interno se auto-intitulam) costumam conviver em relativa harmonia para manter o controle político que possuem na região (e além).
O SÍMBOLO
O símbolo da Runa Retorcida são dois números 3 unidos como uma garra e com as pontas afiadas em direção ao solo. Apesar de existir, ele é pouco usado, já que apenas os Mestres das Runas o usam quando em missão secreta, envolvendo o uso de disfarces mágicos. normalmente apenas riscado em alguma superfície ou no ar. Algumas vezes é usado como chave para abertura de alguns portais sob seu controle.
OS PORTAIS
O uso de portais por todo sudoeste de Faerun é uma das práticas mais utilizadas pelos membros da Runa Retorcida para estarem em vários lugares "ao mesmo tempo". Seus portais são de número desconhecido, exceto por se saber que são muitos, e todos possuem uma característica em comum: só podem ser usados por mortos vivos. Isso e o uso de chaves para acessá-los (alguns dos mais importantes usam o símbolo da cabala, como descrito acima) faz com que o acesso a esses portais seja muito restrito.
MEMBROS
A contagem de membros varia conforme o que se deseja saber. Membros conhecedores de tudo que envolve a Runa são apenas os nove membros do Conselho Interno. Cerca de trinta membros são parte de um "segundo círculo" na hierarquia e conhecem alguns segredos, como a identidade de pelo menos um Mestre da Runa. Abaixo deles, num terceiro círculo, há aproximadamente uma centena de poderosos mortos vivos espelhados pelos reinos, que normalmente conhecem, quando muito, um dos membros do segundo círculo. Por fim, abaixo desses "cem membros", há uma série de marionetes que normalmente não fazem ideia de quem são seus verdadeiros chefes.
Vampire Cutthroat por Matt Stewart |
O CÍRCULO INTERNO
Até o ano de 1374, apenas sete dos nove membros eram "conhecidos". Os outros dois ficaram em aberto com as opções do DM promover algum dos 30 membros "em ascenção" ou de criar um ou dois poderosos mortos-vivos para o cargo (ou ainda, tazer algum dos membros antigos que foram destruídos como Rysellan ou Jhaniloth Puiral). Aqui nós daremos duas opções possíveis para completar o círculo, baseados em romances e textos de outros livros.
Jymahna
Jymahna, a Pérola de Prata, foi uma concubina com a fama de possuir nada menos do que a fortuna de sete Pashas combinadas. Shangalar a preparou como uma múmia e a transfou em um lich a mais de meio milênio atrás. A relação deles é anterior ao processo de morte-vida de ambos, pois eles foram amantes. Ela sempre usa uma máscara de prata mágica com propriedades desconhecidas. Há quem diga que a simples visão de sua face atal possa levar a vítima a loucura. Sua posição entre os Mestres da Runa é recente. Ela domina como poucos as magias da escola de encantamento e possui laços com caravanas comerciais, o que faz com que as notícias e boatos importoantes de terras distantes cheguem rapidamente a ela. Um de ses principais agentes é o espião "O Aranha de Prata", Bellaq Yn Effen, um mestre na arte de se esgueirar e espionar, além de usar um poderoso chicote mágico.
Kartak Spellseer
Kartak Spellseer era um mago proeminente da família Spellseer e se transformou em um lich no ano de 856 CV. Seu mentor foi Rysellan, o Negro. Ele já foi destruído antes, como conta a aventura "Castelo Spullzer". Sua última forma ainda era um corpo razoavelmente preservado. Ainda assim, ele preferia usar de disfarces mágicos quando a interação com os vivos era necessária.
Priamon "Runagélida" Rakesk
Priamon é um poderoso e ambicioso lich, expulso de Águas Profundas pelo uso de magia negra por seu antigo mestre Khelben Cetronegro. Priamon é o principal responsável pela proliferação de portais usados pela Runa Retorcida, já que ele roubou todo o conhecimento sob portais quando sequestrou Halaster "O Mago Louco" de Undermountain com a ajuda de seu vassalo Ralayn the Occultacle (um Illithid Lich capaz de usar magias e poderes psiônicos) e o aprisionou em uma das Lágrimas de Selune, um dos asteróires que rodeia a Lua de Toril, no ano de 1369. Ele deixou trancas, armadilhas e senhas em todos os portais, sendo capaz de alterar destinos, fazê-los parar de funcionar ou ter funcionamentos perigosos quando quiser.
No ano de 1374 Priamon foi vítima de uma traição arquitetada por Khelben e Sapphiraktar (ver abaixo) e foi aprisionado e enviado "de presente para Halaster" em Undermountain. O paradeiro atual de Priamon, se vivo, fica a cargo do DM.
Rhangaun
Rhangaun é o mais antigo membro do Círculo Interno, sendo um membro fundador, algo ao qual foi forçado quando Rysellan teve posse de sua filateria. Ele retomou o controle de sua morte-vida após a destruição do fundador da sociedade secreta. Rhangaun aprendeu magia durante o Imperio Shoon, viveu por mais de três séculos quando enfim decidiu se transformar em um lich, o que aconteceu há mais de mil anos. Pouco resta de seu corpo original além dos esqueletos e de seus olhos vermelhos. Entre seus itens prediletos está o poderoso Cajado do Mago. Foi Rhangaun quem planejou a destruição de Rysellan e foi ele quem pessoalmente destruiu a filateria do fundados da Runa Distorcida. Ele também reorganizou o Conselho Interno e reconstruiu a sociedade secreta após esses eventos que quase expuseram a Runa para o mundo. Rhangaun é um dos mais poderosos arquimagos de Toril e seus refúgios são tão secretos quanto protegidos. Entre seus principais agentes está Kahras, uma múmia de 700 anos com diversos poderes mágicos e capaz de conjurar magias de mago como uma múmia lorde conjura magias de clérigo (ou magias de círculos ainda mais poderosos).
Sapphiraktar, o Azul
Sapphiraktar é um dragão azul ancião que se transformou em um dracolich por volta do século XI do CV. Por pura vaidade, ele utiliza-se de magias de ilusão para manter sua aparência dracônica como quando estava vivo, e ele é indestinguível de um dragão desta forma. Sapphiraktar tem muita inveja da rede de espiões de Jymahna (contra quem planeja constantemente) pois apenas ela rivaliza com a sua rede pessoal de espiões e agentes pelos reinos. Um mestre na arte de ilusão e transformação, ele tem mais de quarenta personalidades que ele assume constantemente, entre sete raças diferentes, além de ser um exímio criador de golens de carne. Em seus planos por poder, ele se aliou a Khelben para evitar que Priamon conseguisse um poderoso artefato do Império Shoon. Se em seu jogo Priamon conseguiu voltar e sabe (ou desconfia) da participação de Sapphiraktar, uma guerra interna pode estar posta na Runa. O dracolich é aliado de Rhangaun e de Shangalar, os quais ensina magias criadas por dragões e nunca ensinadas a outras raças.
Shangalar, o Negro
Shangalar é um tiferino, filho de um vizar (cambion) de Calimshan, que quando vivo usava o nome de Mameluk Murabir Avarrk. Ele assassinou seu pai e governou suas terras em seu lugar, no final do século VII. Ele usa uma manta feita de escamas de um dragão negro. Ele não só o matou, como também matou sua companheira, no ano da Fúria dos Dragões de 1018 CV. Foi apenas após essa luta que, devido a gravidade de seus ferimentos, ele decidiu se transformar em um lich. Seus ossos se tornaram negros, talvez pelo sangue tiferino, talvez pelos ferimentos causados pelos dragões. Devido a sua natureza reclusa, Shangalar é possivelmente o membro com menos agentes sob seu comando.
Shyressa
A estonteantemente bela Shyressa está entre as mais jovens dos Mestres da Runa, tanto em aparência quanto em idade. Ela foi transformada em uma vampira no ano de 572 CV, quando tinha apenas 21 anos. Assim que pode, ela matou seu mestre e seu harém composto por outras quinze vampiras num acesso de fúria vinda de seus novos poderes. Ela então roubou os livros arcanos de seu antigo mestre e se escondeu em um refúgio por três séculos, saindo apenas para se alimentar e testar seus novos poderes mágicos. Quando um caçador de vampiros descobriu sua presença, ela libertou uma praga sobre a cidade onde se alimentava para destruir seus inimigos mortais. Ela tem uma natureza felina e adora jogos de caça e caçador, e seus joguinhos parecem inúteis para seus companheiros liches. Ela se tornou uma Mestre das Runas na metade do século XIV. Shyressa desenvolveu poderosas magias que ela noemai como "chamas negras", que são versões de magias de fogo como bola de fogo, mãos flamejantes e afins, porém causam dano necrótico, e só podem ser conjuradas por mortos vivos. Seu principal agente é Mankar Ottal, um exímio espião e assassino que fora membro dos Ladrões das Sombras e agora é um vampiro e amante de Shyressa. Mankar controla uma rede pessoal de assassinos e espiões em Tethyr e na Floresta de Mir. Suas habilidades, agora mais fantásticas com seu sangue vampiro, ficaram ainda mais mortais com as armas mágicas de propriedades profanas dadas a ele por Shyressa.
Wailing Ghoul por Svetlin Velinov |
O Oitavo e o Nono Membros do Conselho Interno
Os dois últimos membros não constam em textos dos livros até o ano de 1374, abordados pelas edições 2 e 3, mas algumas narrativas em romances e materiais após o fim da terceira edição citam dois membros importantes: Catathlarra e Lossarwyn
Catathlarra
Calathlarra foi um dos Mestres das Runas mais frios e sem emoções da organização. Ela era um dos arquimagos envolvidos na tentativa de possuir a Magia Perdida, a lendária magia da divindade Azuth, durante a Tempestade de Magia. Ela foi destruída por Tabra em um combate ocorrido em 1488 CV. Sendo uma Mestre das Runas, é sempre possível que ela tenha sobrevivido de alguma forma, através de rituais sombrios ou pelo uso de algum tipo de "backup". Ou talvez sua campanha aconteça antes desses eventos, fazendo com que ela ainda seja um dos membros do Conselho Interno.
Lossarwyn
Lossarwyn, também conhecido como "O Lich Gélido", era um poderoso e maligno conjurador conhecido desde o século XIV.
Ele foi um respeitável curandeiro elfo, um druida de incrível poder e renome em Cormanthor, muito antes do pacto entre as raças que ocorreu no ano 1 CV. Porém, ele odiava os humanos e viajou e estudou muito em busca de uma praga capaz de exterminar toda a raça dos homens. Sua missão foi descoberta por um druida rival e ele foi caçado, fugindo para o extremo norte. Ele não conseguiu escapar e um combate ocorreu por lá, quando ele acabou dado como morto. Na verdade, ele foi "apenas" congelado por séculos, e alguma força maligna desconhecida salvou sua existência o transformando em um moto vivo. Ele então criou uma ligação especial com o frio e com as magias gélidas e se tornou um lich. Após um verão especialmente quente ele se libertou e começou a viajar pelos reinos, quando teve seu encontro com a Runa Retorcida. Ele se aliou a runa, mas acabou traído por membros da Runa e por clérigos de Myrkul a quem tinha se aliado. Um poderoso membro da Runa acabou por aprisioná-lo em uma versão da magia labirinto, fazendo com que ele ficasse pra sempre perdido na Floresta Atroz. Em 1372 ele se aliou a membros da Eldreth Veluuthra, uma organização élfica com o objetivo de acabar com a humanidade.
Em sua campanha, ele pode ter sido libertado após esses eventos e trazido de volta ao Conselho Interno. Ou talvez ele seja um eterno adversário da Runa.
Lich por Elderscroller |
FINALIZANDO
A Runa Retorcida pode ser usada como antagonista em diversas campanhas, pois ela tem agentes mesmo a norte de Portão de Baldur e por vezes chega a lugares como Águas Profundas ou Cormyr em busca de conhecimento, poder ou influência política. Se o que você precisava para sua campanha era de uma organização de mortos vivos poderosos, você acabou de encontrar!
Esperamos que tenham gostado!
Bons jogos.