UMA (NÃO TÃO) BREVE HISTÓRIA DOS REINOS - PARTE II

UMA (NÃO TÃO) BREVE HISTÓRIA DOS REINOS



DO COMEÇO ATÉ OS DIAS DE HOJE


Texto de Rafael Castelo Branco de Oliveira Torres.



Forgotten Realms, o cenário oficial da atual edição de Dungeons & Dragons, tem uma história gigantesca e absurdamente bem detalhada. Desta forma, é muito difícil escrever sequer uma história resumida dos Reinos. Mas tentaremos mesmo assim porque somos meio teimosos. Se quiserem ler cada detalhe da história, além das dezenas de livros, recomendo em especial o livro Grand History of the Realms, que é nossa principal, mas longe de única, fonte para esse texto que você começou a ler agora.


O calendário usado será o do Cômputo dos Vales. É importante salientar, no entanto, que nem de longe ele é o único usado. Cormyr, o Norte, Águas Profundas, Netheril, Shou Lung, Wa, Mulhorandi, Uther, Aryselmalyr e Serôs tem seus próprios calendários, só para ficar em alguns exemplos.

Devido ao tamanho que esse texto tomará, ele será dividido em três partes. A primeira parte que vocês podem ler AQUI traz uma introdução, bem como as duas primeiras eras do Reinospaço: A Era Azul e a Época das Sombras. A segunda parte que vocês leem agora começará pelos Dias do Trovão. A terceira parte, a ser publicada em breve (provavelmente na próxima semana), abriga dias menos antigos, quando os humanos já dominavam os continentes.





 

OS DIAS DO TROVÃO




Praticamente não há registros dessa época, que aconteceu entre os anos -35.000 e -30.000 CV, ou seja, uns 37 mil anos antes da época em que ocorrem a maioria das aventuras já lançadas, bem como dos livros e caixas do cenário.

Nesta época ocorreu o fim da Era do Gelo. As últimas glaciações terminaram e o grande oceano retrocedeu para revelar terra seca. Naquela época anterior à Primeira Separação (ou A Separação), as terras que um dia seriam identificadas como Faerûn, Kara-Tur, Maztica e Zakhara eram cada uma parte de um supercontinente muito maior chamado Merrouroboros. Nenhuma das dezenas de raças comuns que povoam o mundo hoje existia nesta era distante. Merrouroboros não conhecia o povo civilizadoelfos, anões, pequeninos ou gnomos. Nem os povos selvagensgoblins, orcs, ogros e seus parenteshabitavam a terra. Embora os humanos existissem durante esse período, eles eram primitivos, usando apenas ferramentas simples e vivendo em cavernas. Estes foram os Dias do Trovão, a época do Iqua-Tel'Quessir, as lendárias raças-criadoras.

Os Sarrukh, a primeira raça sauroide e uma das raças-criadoras, estabeleceu diversos impérios no começo dos dias do trovão. Quando seu império caiu, os Batrachi, uma raça anfíbia e também uma das raças-criadoras, dominou grande parte do continente. Seu império caiu quando entraram em guerra contra os gigantes, e eles se retiraram para o Limbo, sendo comumente confundidos com os Slaadi, criaturas extraplanares habitantes daquele plano. Faéria é habitada pelas primeiras fadas nesta época.

Aproximadamente no ano de -31.000 uma catástrofe ocorre em Abeir-Toril. Terremotos, maremotos, tempestades, furacões e incêndios varrem os continentes, fazendo com que alguns simplesmente desaparecessem. Alguns estudiosos, especialistas em história antiga, dizem que provavelmente uma lua ou um meteoro atingiu o planeta (e assim consta nos mitos élficos, que contam esse incidente como o que criou os primeiros dragões). Textos sarrukhs descrevem uma mudança nas constelações, ainda que ninguém saiba o que isso significa de fato. É dito que mais de dez mil ovos de dragões eclodiram ao mesmo tempo. O mais provável, no entanto, é que em meio a guerra entre os primeiros gigantes (os titãs) e o povo batrachi, o povo anfíbio que perdia a guerra libertou seres poderosíssimos: os primordiais. Os deuses então, mais uma vez, se uniram para enfrentá-los. Asgorath, uma antiga divindade dos dragões, em meio ao caos, atirou uma lua de gelo na terra, o que criou o Mar das Estrelas Cadentes. Antes que o mundo fosse completamente destruído, Lorde Ao interveio e separou os mundos de Abeir e Toril, entregando Abeir aos primordiais e Toril às divindades. Segundo a lenda dracônica, foi ao atirar a lua na terra que Asgorath criou os dragões.

Após este incidente, que ficou conhecido como A Queda da Lágrima (porque o meteoro ou lua seria uma das Lágrimas de Selûne, asteroides que circulam a lua de Toril), surge no oeste o Império Aearee, da raça-criadora das criaturas aladas.



Bahamut


A ERA DO AMANHECER




Os registros dessa era, que se situa entre os anos -30.000 e -24.000 CV, também se aproxima de zero, sendo citada apenas como O Tempo dos Dragões e Tempo dos Gigantes. Dragões de forma individual ou em conjunto com seus clãs controlavam vastos territórios e batalhavam contra seus rivais pelo domínio dos céus, dos mares e da terra. Durante esses conflitos entre os dragões, algumas pequenas áreas antes controladas por eles caíram nas mãos dos gigantes. Estes, com o tempo, começaram a criar reinos como Darchar, Grunfesting, Helligheim, Nedeheim, Ostoria e Rangfjell. Com o crescimento desses reinos, grandes batalhas ocorreram contra os reinos dragões como Argissthilliax, Caesinmalsvir, Darastriverthicha e Tharkrixghontix.

A Revoada dos Dragões:No ano de -30.000, aconteceu a primeira revoada de dragões. Eles atacaram as criaturas aladas em todos os seus territórios. Neste mesmo ano, os Ba'etith, uma organização sarrukh, criou O Couro Dourado da Serpente do Mundo, que mais tarde ficou conhecido como os Pergaminhos de Nether.

Mudanças nos Seldarine: Nesta época, Corellon Larethian e Araushnee se separam após Araushnee, segundo contam os elfos, ter seu plano de tomar o trono de seu marido exposto por Sehanine Arcolunar. Araushnee é expulsa dos Seldarine, indo se exilar no Abismo, onde criou o Fosso das Teias Demoníacas e se tornou a deusa Lolth. Malkizid, um solar seduzido por Araushnee e que conspirou com ela contra os Seldarine a quem servia, foi então banido para os Nove Infernos.

O Surgimento dos Gigantes: Nesta época, o deus gigante Annam Pai-de-Todos se uniu com Othea, uma semideusa de Toril, e essa união gerou oito descendentes. Ostoria, o Reino Colossal, foi fundado por Annam em honra aos seus filhos.

O Começo de uma Famosa Guerra: Por volta do ano de -29.500 começou a guerra entre os seguidores dos deuses Bahamut e Tiamat, conflito que dura até os tempos de hoje.

A Chegada dos Elfos: Foi entorno do ano de -27.000 que, buscando se libertar do domínio dos dragões, as fadas abriram alguns portais de Faéria para Toril, trazendo os primeiros elfos. Estes primeiros elfos verdes veneravam os deuses/lordes das Fadas e não os Seldarine, que ainda não haviam se feito conhecer naqueles tempos. Um grupo de elfos conhecidos como Ilythiiri negocia então com os dragões e consegue fundar um pequeno reino no sul. Sua capital era Atorrnash e foi o grande farol da cultura élfica por mais de um milênio. Por volta do ano de -25.400, elfos dourados refugiados do reino insular de Tintageer, em Faéria, fogem do plano das fadas quando seu reino é destruído, fazendo assim uma casa em Toril na terra onde suas divinações os levaram: A Terra Única (ou, na língua élfica, Faerûn). Os elfos dourados logo se integraram aos elfos verdes presentes em Toril e os descendentes desses elfos dourados ficaram conhecidos como elfos solares. Um único elfo prateado estava entre os refugiados: Sharlario Florlunar. Seus descendentes ficaram conhecidos como elfos lunares.

A Guerra entre Gigantes e Dragões: Entre os anos de -26.000 e -25.000, gigantes de Ostoria e dragões liderados pela divindade dracônica Garyx batalharam através do milênio, com o reino de Ostoria ao final da guerra sendo apenas uma sombra do que foi, ocupando apenas algumas regiões do extremo norte, como a região hoje conhecida como A Grande Geleira.

Entre Urds e Kobolds: Por volta do ano 24.400, os primeiros urds (kobolds alados) foram criados por dragões, através de cruzamento com dragões verdadeiros, para controlar seus vassalos recém-criados kobolds que se expandiam absurdamente graças a sua alta taxa de nascimento. Os kobolds encontraram nessa época as gemas da divindade Garl Brilhouro-Resplandecente no fundo da terra, gemas essas que continham as almas dos primeiros gnomos. Ao roubarem as gemas, os kobolds inflamaram a ira de Garl, que caçou os ladrões. Durante a fuga pelos labirintos sob a terra, os kobolds liderados pelo feiticeiro-rei Kurtulmak sofreram a ira de Garl que recuperou as gemas e criou um desabamento, matando boa parte dos reptilianos. A fuga deveria ter sido protegida pelos urds, que haviam desaparecido. O líder dos urds, Kuraulyek, não era exatamente um fã da lealdade e preferiu salvar os urds a lutar ao lado dos kobolds. Isso salvou os kobolds alados, mas também garantiu o ódio de seus primos mineradores. Asgorath, a divindade criadora dos dragões, também conhecida como Io, decidiu conceder a divindade aos dois líderes por salvarem, cada um a seu modo, kobolds e urds. Assim, Kurtulmak e Kuraulyek se tornaram deuses, com o primeiro nutrindo ódio pelo segundo. Também assim surgiu a inimizade eterna entre gnomos e kobolds. Foi também assim que surgiram as primeiras raças derivadas dos dragões: kobolds e urds.






O PRIMEIRO FLORESCER




Entre os anos de -24.000 e -12.000 a civilização élfica atingiu seu apogeu, resultado do sucesso de suas guerras contra orcs, dragões e gigantes.

A Batalha por Chult: Por volta do ano -24.000 aconteceu a queda do reino Yuant-Ti Mhairshaulk devido a inúmeros ataques de dragões às suas principais cidades. Nesta mesma época o deus Ubtao convocou os primeiros Couatls vindos do Oeste (Maztica) para as selvas da península de Chult, para atuarem em seu nome. Durante os mil anos seguintes, Couatls e Yuan-Tis batalharam pelo controle de Chult, até que as serpentes aladas venceram, expulsando os homens-cobra para além das montanhas de Hazur.

Outras Guerras e uma Lenda de Fundação: Também por volta do ano -24.000, diversos reinos élficos foram sendo fundados através de Faerûn. No ano de -20.000, pela primeira vez dois reinos élficos guerrearam: Orishaar e Ilythiir. Nos mares, os povos aquáticos começaram a guerrear entre si nesta época. Apesar de não haver registro real, alega-se que a Cidadela do Corvo foi construída por volta do ano -18.000, ainda que não haja qualquer evidência além das encontradas na cidade de uma civilização humana nesta época além de sociedades tribais.

A Separação: segundo os registros élficos (onde é chamado de Ever'Sakkatien), em torno do ano -17.600, centenas de magos élficos se encontraram no chamado Ponto de Encontro. Ignorando lições anteriores, eles conjuraram uma magia poderosíssima para criar uma terra prometida para a raça élfica. No Dia do Nascimento, a magia atingiu seu ápice e se estendeu adiante, para trás e através do tempo. A Terra Única, Faerûn, foi dividida pela força da Separação. Como resultado, milhares de elfos morreram, cidades foram varridas da existência e Toril foi modificado para sempre. O nome Faerûn passou a se referir ao “maior continente”. Trazida de Arvandor (o reino celestial dos elfos em Arbórea), Encontro Eterno surgiu como uma ilha no oceano, protegida por Corellon Larethian contra os inimigos da raça, e para onde muitos elfos foram e que se tornou a terra prometida. Na ilha, surgiu a Árvore das Almas, e com o tempo os elfos que decidam não partir para Arvandor quando “morriam de velho” passaram a poder se incorporar com a árvore, lhe concedendo cada vez mais poder. Profecias começaram a surgir que um dia essa árvore seria transplantada para Faerûn quando os elfos voltarem de seu exílio na “Ilha Verde”. No continente, sobreviventes do reino dos elfos negros após o cataclismo, em resposta à destruição de seu reino, passaram a venerar as divindades Lolth e Vaerun. Os elfos negros, através do uso de espiões e assassinos, atrapalham a união de três reinos dos elfos silvestres da Mata do Sátiro (hoje Mata de Chondal), levando os três reinos a uma guerra. Poucos séculos depois, alguns elfos aquáticos fazem sua migração para o Mar Interno.

O Surgimento dos Anões: Por volta do ano -16.000, o primeiro povoado anão é conhecido na grande montanha de Yehimal, que une Faerûn, Zakhara e Kara-Tur. De lá eles migraram para os três continentes. Por volta do ano 15.000 os anões fundam seu primeiro grande reino em Faerûn na grande caverna de Bhaerynden, abaixo do Shaar.

Primeiras Tribos Humanas: Tribos bárbaras de clãs humanos surgem em Keltormir por volta do ano -13.900.


A Guerra das Coroas

AS GUERRAS DAS COROAS




Entre os anos de -12.000 e -9.000 a civilização élfica entrou em um conflito interno conhecido como A Guerra das Coroas, que teve como uma das consequências o banimento dos elfos negros da superfície de Faerûn.

A Primeira Guerra das Coroas: No ano de -12.000 começa a Primeira Guerra das Coroas após o ataque do reino de Aryvandaar a Miyeritar (o centro da Arte e Magia élfica em Faerûn), a qual tentava anexar diplomaticamente por séculos. O reino de Shantel Othreier é ameaçado a aceitar a anexação ou a sofrer o mesmo destino. Aryvandaar acaba por anexar Miyeritar, ainda que grupos de resistência surjam. O reino élfico de Illefarn abrigam os refugiados.

Poucos séculos depois, por volta do ano -11.700, o reino de Shantel Othreier é atacado por dragões, mas Tethir, filho de Keltormir, mata dois dragões vermelhos anciões e ganha o respeito de seus inimigos, sendo então conhecido como o Matador de Dragões. Colonos humanos se assentam nas imensas clareiras causadas pelo fogo dos dragões.

A Segunda Guerra das Coroas: Em resposta a agressividade de Aryvandaar, ainda durante a Primeira Guerra, os elfos de Ilythiir atacam este reino de elfos dourados e qualquer aliado que tivesse, como Orishaar, reino de elfos da lua, que cai rapidamente diante do ataque inicial brutal. Os primeiros conflitos ocorrem em -11.700, dando começo a Segunda Guerra das Coroas. Em determinado momento da guerra, elfos verdes se juntam aos elfos negros de Ilythiir, acreditando ser a forma de pacificar os reinos. A migração dos elfos para o Mar Interno serve de gatilho para o começo da guerra entre o Povo do Mar (merfolk) e os Sahuagin. No ano de -11.300 Miyeritar é completamente conquistado por Aryvandaar, pondo fim real a Primeira Guerra. Após cinco séculos de conflito, Thearnytaar cai nas mãos dos elfos negros, que agora usam monstros escravizados e mortos-vivos em seu exército. Agora Ilythiir dirige seus exércitos para a direção do reino de Keltormir. É o fim da Segunda Guerra. Por causa desta guerra, os elfos de Ilythiir são chamados de dhaerow, palavra que significava "traidor", por causa da agressividade dos elfos deste reino em seus ataques.

O Primeiro Império no Mar Interno: No ano -11.003 é fundado o primeiro reino élfico no Mar Interno, marcando o ano 1 no calendário de Aryselmalyr, o Império dos elfos aquáticos.

A Chegada dos Illithids: Por volta do ano -11.000, o primeiro enclave dos devoradores de mente refugiados do planeta Glyth é fundado sob o nome de Oryndoll.

O Nascimento de Shanatar: Nesta mesma época ocorre um grande êxodo anão de Bhaerynden, fundando o império de Shanatar abaixo das terras de Amn, Tethyr, Calimshan e do Lago do Vapor.



Mapa da Segunda e Quarta Guerras das Coroas




A Terceira Guerra das Coroas: A Terceira Guerra das Coroas começou um século depois, quando as tentativas de acordo entre Shantel Othreier e Aryvandaar se esgotam. A Terceira Guerra das Coroas termina com Aryvandaar conquistando Shantel Othreier por volta de -10.600. Um século depois acontece o Desastre Sinistro. Miyeritar é alvo de tempestades avassaladoras, que reduzem a floresta e o reino, transformando tudo em terra infértil em três meses. Apesar da ausência de provas, muitos acreditaram que foram os Altos Magos de Aryvandaar que lançaram o Desastre Sinistro sobre Miyeritar, estabelecendo quatro décadas de uma paz forçada, quando cada elfo em Faerûn estremecia diante dos estragos causados pelas Guerras das Coroas.

As Guerras de Mantor: No ano de -10.800 começam as Guerras de Mantor: Os seguidores de Shanat são atacados pelos misteriosos habitantes de Rringlor Noroth, que se levantam das profundezas de um grande abismo em uma batalha pelo controle das cavernas de Alatorin. Os anões finalmente prevalecem depois que Taark mata quatro dragões azuis que reivindicavam a Fenda de Dhalnadar como deles. Os anões então fundam o reino de Alatorin e forjam o Trono das Caveiras Dracônicas com os ossos dos quatro dragões mortos. Os anões do escudo consideram que estes eventos marcam o começo da Primeira Era de Shanatar. Enquanto isso, entre os anões, os oito filhos de Taark Shanat fundam seus próprios reinos vassalos, com cada um ligado a uma divindade anã diferente.


A Quarta Guerra das Coroas: No ano de -10.450 CV, os elfos de Ilythiir decidem vingar Miyeritar e usam abertamente os poderes concedidos por Ghanador e outros deuses malignos sobre seus inimigos. Os elfos de Keltormir se retiram das guerras por discordar dos reinos de Ilythiir e Aryvandaar por volta do ano de -10.270, tornando a guerra aberta entre os dois reinos. As batalhas duram dois séculos. Usando dragões escravizados e outros poderes, os elfos negros de Ilythiir incendeiam Shantal Othreier, destruindo a maior parte da floresta por cerca de meio século. A destruição é tal que cerca de mil sacerdotes e altos magos de Illefarn, um reino neutro, e outras áreas livres, começam uma grande oração pedindo por salvação a Corellon e os demais Seldarine.

A Queda dos Drows: Então, no ano de -10.000, após as súplicas de seus devotos, Corellon transforma todos os elfos negros, sejam eles corrompidos do reino de Ilythiiri ou não, em drows. Em dois meses, os drows se retiram para Umbreterna.

Um mês após a retirada dos drows, os elfos são convocados pelos Seldarine para estabelecer a paz entre os elfos e o local da reunião se torna a Corte Élfica. Um século depois desse encontro, o reino de Aryvandaar começa uma perseguição aos altos magos e sacerdotes de outros reinos. O reino de Illefarn é anexado a Aryvandaar. Muitos refugiados fogem para o que restou de Shantel Othreier.

A Primeira Guerra de Serôs: No ano de -9.839, começa a Primeira Guerra de Serôs, com a aliança entre elfos e povo do mar lutando contra os sahuagin. Com a destruição do reino sahuagin, a guerra termina.

Outras Fundações de Reinos Élficos: Por volta do ano -9.800, um grupo de elfos Llewyrr foge para as Ilhas Moonshae, batizando essa nova terra de Synnoria. Duzentos anos depois, são fundadas as primeiras cidades drows em Umbreterna: Telantiwar e Guallidurth.

A Quinta Guerra das Coroas: No ano de -9.200, começa a Quinta Guerra das Coroas, a última delas. A Corte Élfica, os sacerdotes dos Seldarine e diversos magos escondidos começam a organizar bolsões de resistência dentro do próprio império do Aryvandaar, fragmentando seu poder e espalhando seus exércitos. A Quinta Guerra das Coroas termina por volta do ano -9.000 CV, com a derrota de Aryvandaar e seus líderes da casa Vyshaan.

A Diáspora Anã: Enquanto isso, em Umbreterna, os drows de Telantiwar derrotam os anões de Bhaerynden e tomar a cidade para eles (na região hoje conhecida como A Grande Fenda), causando uma diáspora desses anões que se tornam pequenas tribos, indo desde os picos isolados de Novularond (onde ficaram conhecidos como anões do ártico) até a Península de Chult (onde ficaram conhecidos como anões selvagens).


Netheril

O TEMPO DAS FUNDAÇÕES




Entre os anos de -9.000 e -3.000, após a queda de impérios como os dos dragões, gigantes e da retirada dos elfos após suas guerras deixarem de ser uma ameaça a todos, começam a surgir as civilizações dos povos humanoides. Desde os elfos de Evereska e Encontro Eterno aos reinos humanos de Unther e Coramshan aos reinos anões de Alto Shanatar e Oghrann.


A Guerra das Proles: Os oito reinos vassalos de Shanatar entram em guerra uns contra os outros em busca de expansão de suas próprias fronteiras, jogando anão contra anão. O uso de legiões de proleocultas (deepspawn), bem como a origem da formação desses reinos, acabou por nomear a guerra que começou por volta do ano -9.000 CV.

A Enorme Muralha: no ano de -8.938, a Muralha Bane-Tubarões com extensão superior a 215 quilômetros foi erguida em Serôs, mantendo os sahuagin presos no sudeste do Mar Interno e aqueles a oeste da muralha foram caçados e exterminados pelos nove séculos que se seguiram.

O Surgimento da Grande Fenda: No ano de -8.800 as Grandes Cavernas de Bhaerunden cederam, criando A Grande Fenda.

O Fim de Keltomir: Uma revoada de dragões atacou o reino élfico de Keltormir, dizimando quatro clãs de elfos, onze grandes cidades e milhares de quilômetros quadrados de floresta, dividindo o que restou dos elfos do que fora um reino. Duzentos anos depois, clns sobreviventes de Eillûr, Miyeritar e Orishaar fundam um refúgio a leste do que era Aryvandaar conhecida como Evereska. Um século depois, Aelinthaldaar é fundada para ser a capital do reino de Illefarn onde hoje está localizada a cidade de Águas Profundas.

No ano de -8.350, as tribos humanas do povo imaskari coloniza as planícies onde hoje se encontra o deserto de Raurin.

O Império Imaskar: Após um período de alguns séculos vivendo em comunidades tribais, no ano de -1.975 foi fundada a cidade de Inupras que se tornou a capital do Império Imaskar. Os 15 séculos que seguiram foram de intenso estudo da magia, em especial da magia transdimensional, e este conhecimento permitiu ao povo imaskari construir portais por toda Faerûn e além, e suas fronteiras chegaram ao Mar Alamber, ao Grande Mar Gelado, a Água Dourada e a Kara-Tur, destruindo ou anexando todos os povos que encontraram pelo caminho, a começar pelos kobolds de Zexthandrim. Foi no ano de -6.422 CV que a Cidade Imperial de Inupras caiu. Demônios invadiram a cidade e a destruíram. Apesar de nunca ter sido desvendado como aconteceu, acredita-se que um culto a Demogorgon foi o responsável por trazer os demônios à capital. Durante os dois milênios seguintes, O Império não estava mais tão forte, ainda que não estivesse fraco. No ano de -4.370, uma praga se alastrou pelo sul do império, dizimando a vida de milhares de pessoas e acabando com os campos de colheita, o que fez com que os sobreviventes tivessem então que enfrentar a fome. Essa desgraça ficou conhecida como A Morte Silenciosa. Nas áreas menos afetadas, cerca de 15 a 20% da população morreu. A praga chegou ao norte, mas sem a mesma força. No desespero pela reconstrução, o imperador Lorde Artífice Khotan construiu os Pináculos de Bukhara, dois portais gêmeos para acessar outro mundo. De lá, dezenas de milhares de humanos foram trazidos para trabalhar como escravos. As uniões entre escravos deu origem à etnia Mulan. Com o trabalho escravo, o Império foi reerguido. Por volta do ano -3.500, o arquimago Madryoch estudou o Plano das Sombras, cerca de três milênios antes dos magos de Netheril. Madryoch tentou tomar o trono mas foi derrotado pelo jovem prodígio Hilather e aprisionado no Semiplano do Aprisionamento, o plano criado pelos pesadelos do Antigo Mal Elemental. A civilização Imaskari acabou no ano de -2488 quando a revolta Mulan começou, graças a terem suas preces ouvidas por seus antigos deuses (do atual panteão de Mulhorandi) que enviaram avatares a Toril e lideraram um exército contra o império.

A Segunda Guerra de Serôs: No ano de -8.298 CV começa a Segunda Guerra de Serôs, que durou pouco mais de quinze anos, onde os exércitos élficos decidem libertar os povos locathah, o povo caranguejo e o povo do mar que foram escravizados por seus inimigos. Com o fim da guerra, os kuo-toan foram praticamente extintos do Mar Interno.

A Guerra da Aranha e a Segunda Era de Shanatar: A Primeira Guerra das Aranhas começa com os drows se aproveitando da guerra civil anã e atacando Alatorin. Em vinte anos, entre -8.170 e -8.150, cai o reino Alatorin. A Segunda Guerra da Aranha começa cinco anos depois, com os reinos anões fazendo um armistício e juntado forças contra os drows. Com a vitória sobre os elfos negros, os anões voltam ao Salão do Machado Brilhante e juram nunca mais lutar entre si. Unidos, dão início a Segunda Era de Shanatar. O Império de Shanatar cresce até sua maior extensão no ano de -8.100, quando são atacados pelos devoradores de mente de Oryndoll. Os illithids perdem a guerra, mas conseguem sequestrar o Clã Duergar. Após milênios de experimentações bizarras, o clã sequestrado se torna uma nova subraça de anões: os anões cinzentos.

A Grande Chegada: Por volta do ano de -7.800 CV, o nobre djinni Calim chega em Faerûn seguido pelos Djen, um grupo de gênios com seus escravos humanos e pequeninos. Tomando posse de uma vasta área de terra, ele funda o Império de Calim onde hoje fica a cidade de Calimporto. Dez anos depois, uma revoada de dragões ataca Calimporto, iniciando a guerra entre gênios e dragões, vencida ao seu final pelos gênios, que reconstroem Calimporto com sua magia. Chegam em Faerûn outras espécies de gênios, criando suas fortalezas e nações – tanto na terra quanto abaixo dela, quanto no mar.

A Retomada da Grande Fenda: Por volta do ano de -7.600 os anões retornam A Grande Fenda. Os anões que lá passam a morar, durante o milênio que se segue, se tornam a subraça dos anões dourados.

A Guerra entre Memnon e Calim: No ano de -6.800 CV, chega a Faerûn o efreeti Memnon e seu exército de fogo e fundam o reino de Memnonnar ao norte do Rio Agis. Após 300 anos, os reinos de Memnon e Calim entram em guerra, uma guerra que dura quatro séculos e vinte e duas batalhas. As batalhas são tão cataclísmicas que os alto magos elfos decidem intervir, por fim separando corpo e espírito dos dois nobres gênios, unindo a essência elemental dos dois. O resultado dessa união gerou o Deserto de Calim.

Conflitos entre Drows e Anões: No ano de -6.150 os drows de Guallidurth atacam novamente Alatorin. Os anões são obrigados a abandonar o Salão do Machado Brilhante, mas levam consigo o Trono das Caveiras Dracônicas.

A Queda da Dinastia Calim: Humanos e anões se rebelam contra os últimos nobres gênios e se libertam da escravidão no ano de -6.060, fundando o reino de Coramshan. A aliança entre humanos e anões dura pouco, no entanto, pois os governantes do novo reino começam a venerar deuses malignos.

A Terceira Era de Shanatar: Os anões de Shanatar clamam para si as terras da superfície próximas as Montanhas Marchantes, estabelecendo o reino de Alto Shanatar.

A Naação de Jhaamdath: Ao norte das Florestas de Chondal, unidos pela dinastia Dath e por seu líder – o guerreiro psiônico Jhaam, é fundado o império Jhaamdath no ano de -5.800. Este império e Coramshan vão batalhar por muito tempo pelo controle da área do Lago do Vapor, entrando em uma trégua onde nenhum dos dois impérios ficará com a área no ano de -5.005. Jhaamdath recebe então visões da divindade Auppenser de fartura e prosperidade. Para agradar a divindade, o império acaba com a escravidão. No ano de -5.710, na cidade de Naarkolyth, é fundada Udoclian, a primeira universidade da Arte Invisível.

Por volta do ano de -5.400 CV, anões de Alto Shanatar e humanos de Coramshan entram em uma guerra que dura três milênios. No ano de -5.360, mais de cinco mil gigantes de Nedeheim entram em guerra com os anões de Alto Shanatar. Os anões vencem a guerra, matando mais da metade da população gigante ao sul do Pico das Núvens, e o reino de Nedeheim é reduzido a poucos clãs em fortalezas esparsas.

A Primeira Era de Calimshan: Por volta do ano -5.300 começa a Primeira Era de Calimshan, quando os reinos de Coramshan e Mir expandem agressivamente suas fronteiras.

O Nascimento de Rashemen: No ano de -5.000, tribos humanas da etnia Raumviran, liderados pelo chefe Shemen, se estabelecem nas Terras dos Lagos. Com a morte de Shemen no ano de -4.963, este povo começa a chamar aquelas terras Rashemen em sua memória, que em sua língua significa Terras de Shemen.

Uma Sexta Guerra das Coroas?: Por volta do ano de -4.800, a casa élfica Dlardrageths, um clã corrompido por demônios ao qual se misturou, corrompe outras casas élficas, encorajando a união entre elfos e demônios, criando os fey-ri. Os fey-ri escondem seu segredo e se tornam poderosos em Siluvanede. No ano de -4.500, começam pequenos atritos e conflitos entre os elfos de Siluvanede e Eaerlann, que duram duzentos anos. Esses conflitos são às vezes referidos como A Sexta Guerra das Coroas. Esses conflitos se dão porque alguns Alto Magos de Arcorar, com a ajuda de forças Eaerlannis, caçam membros da Casa Dlardrageth até um refúgio secreto abaixo do Chifre de Ascal. Outras casas sob influência da casa Dlardrageth retaliam, iniciando os conflitos. Os conflitos terminam com a vitória de Eaerlann no ano de -4.300. A maioria dos fey’ri são aprisionados em Nar Kerymhoarth, a masmorra Sem Nome, mas uns poucos fogem e eventualmente conseguem se infiltrar em algumas casas élficas e esconder sua verdadeira natureza, corrompendo estas casas.

O Massacre da Corte Negra: No ano de -4.400, drows e duergars atacam e destroem a Corte Élfica e Sarphil num ataque rápido e sorrateiro. O ataque clama a vida de diversos líderes e nobres da Corte. O guarda e arqueiro Shevarash faz um juramento para Corellon em meio ao ataque e se torna a mão dos Seldarine contra os drows, se tornando a divindade da vingança dos elfos ao morrer em -4.070, jurando matar Lolth e seus seguidores. A existência dos inimigos de Umbreterna é então revelada.

A Revolta dos Duergars: No ano de -4.000, os duergar se rebelam contra seus mestres Illithids e conseguem se libertar, se espalhando e criando fortalezas isoladas em Umbreterna.

Mais Fundações: No ano de -3.983 a cidade de Cormanthor (agora Myth Drannor) é fundada e no ano de -3.917, a cidade de Menzoberranzan é fundada.

Enfim, Netheril: Por volta do ano -3869, um jovem e carismático sacerdote de nome Nether (mais tarde conhecido como Nether, o Velho) chega a liderança da vila pescadora de gers, ao norte de Faerûn. Dez anos depois ele consegue unir sete vilas de pescadores para proteção mutua. O calendário de Netheril é criado para celebrar essa união. Três anos depois, o agora Rei Xamã Nether renomeia seu reino o chamando de Netheril, que significa em sua língua Terra de Nether. No ano de -3.848, nasce Nether, o Jovem. Em -3.830 CV, elfos de Eaerlann e humanos de Netheril começam a travar relações diplomáticas e os elfos começam a ensinar a Arte aos humanos. Nesta época surge o primeiro arcanista de Netheril: Therion de Gers. Em -3.827 Nether, o Ancião, é assassinado e Nether, o Jovem, se torna o novo líder. Ele vive até o ano de -3.772 CV. No ano de -3.655, orcs vindos da Espinha do Mundo atacam os reinos élficos de Illefarn e Eaerlann. Os elfos, com a ajuda do jovem império de Netheril e dos bárbaros Rengarth vencem a guerra. Os bárbaros são absorvidos pelo império humano, ainda que tenham se mantido razoavelmente autônomos. No ano de -3.654 CV, um lich sarrukh se disfarça como um humano arquimago e aparece para os netherises sob o nome de Arthindol. Ele acaba ficando conhecido como Terraseer. O sarrukh ensina então aos humanos segredos da Arte, reaparecendo de tempos em tempos para ensinar mais, sem nunca parecer envelhecer. Seu legado inclui a tradução dos Pergaminhos de Nether, a exploração do Norte da Costa da Espada, a ocupação do Velho Poço da Coruja e as previsões e profecias que incluíam o destino horrível nas mãos de Karsus. O Império de Netheril cresce em poder e domínio da magia e escravizando raças (como os gnomos, os quais fizeram experimentos que criaram os spriggans). Por volta do ano -3.315 começa a era dos Mythallars em Netheril e também nasce Ioulaum, o maior dos arquimagos de Netheril. No ano de -3.095, os elfos do reino de Cormanthyr roubam uma parte dos Pergaminhos de Nether, os escondendo nas ruinas da Torre da Canção do Vento. Um dos “ladrões”, um gnomo aliado dos elfos chamado Rilmohx Sha’Quessir, deu uma olhada em um dos pergaminhos e acabou ganhando profundo conhecimento em como conjurar magias de ilusão. Este conhecimento foi compartilhado com o restante do povo gnomo. Ioulaum cria o primeiro Mythallar no ano de -3.014 CV.







FINALIZANDO



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Bons jogos!