UMA (NÃO TÃO) BREVE HISTÓRIA DOS REINOS
DO COMEÇO ATÉ OS DIAS DE HOJE
Forgotten
Realms,
o cenário oficial da atual edição de Dungeons
& Dragons,
tem uma história gigantesca e absurdamente bem detalhada. Desta
forma, é muito difícil escrever sequer uma história resumida dos
Reinos. Mas tentaremos mesmo assim porque somos meio teimosos. Se
quiserem ler cada detalhe da história, além das dezenas de livros,
recomendo em especial o livro Grand
History of the Realms,
que é nossa principal, mas
longe de única,
fonte para esse texto que você começou a ler agora.
O
calendário usado será o do Cômputo
dos Vales.
É importante salientar, no entanto, que nem de longe ele é o único
usado. Cormyr, o Norte, Águas Profundas, Netheril, Shou Lung, Wa,
Mulhorandi, Uther, Aryselmalyr e Serôs tem seus próprios
calendários, só para ficar em alguns exemplos.
Devido
ao tamanho que esse texto tomará, ele será dividido em três
partes. A primeira parte que vocês podem ler AQUI traz uma introdução, bem
como as duas primeiras eras do Reinospaço: A Era Azul e a Época
das Sombras. A segunda parte que vocês leem agora começará
pelos Dias do Trovão. A terceira parte, a ser publicada em breve (provavelmente na próxima semana), abriga dias menos antigos,
quando os humanos já dominavam os continentes.
OS DIAS DO TROVÃO
Praticamente
não há registros dessa época, que aconteceu entre os anos -35.000
e -30.000 CV, ou seja, uns 37 mil anos antes da época em que ocorrem
a maioria das aventuras já lançadas, bem como dos livros e caixas
do cenário.
Nesta
época ocorreu o fim da Era do Gelo. As últimas glaciações
terminaram e o grande oceano retrocedeu para revelar terra seca.
Naquela época anterior à Primeira Separação (ou A Separação),
as terras que um dia seriam identificadas como Faerûn, Kara-Tur,
Maztica e Zakhara eram cada uma
parte de um supercontinente muito maior chamado Merrouroboros.
Nenhuma das dezenas de raças comuns que povoam o mundo hoje existia
nesta era distante. Merrouroboros não conhecia o povo civilizado
– elfos,
anões, pequeninos ou gnomos. Nem os povos selvagens
– goblins,
orcs, ogros e seus parentes
– habitavam
a terra. Embora os humanos existissem durante esse período, eles
eram primitivos, usando apenas ferramentas simples e vivendo em
cavernas. Estes foram os Dias do Trovão, a época do
Iqua-Tel'Quessir,
as lendárias raças-criadoras.
Os
Sarrukh, a primeira raça sauroide e uma das raças-criadoras,
estabeleceu diversos impérios no começo dos dias do trovão. Quando
seu império caiu, os Batrachi, uma raça anfíbia e também uma das
raças-criadoras, dominou grande parte do continente. Seu império
caiu quando entraram em guerra contra os gigantes, e eles se
retiraram para o Limbo, sendo comumente confundidos com os Slaadi,
criaturas extraplanares habitantes daquele plano. Faéria é habitada
pelas primeiras fadas nesta época.
Aproximadamente
no ano de -31.000 uma catástrofe ocorre em Abeir-Toril. Terremotos,
maremotos, tempestades, furacões e incêndios varrem os continentes,
fazendo com que alguns simplesmente desaparecessem. Alguns
estudiosos, especialistas em história antiga, dizem que
provavelmente uma lua ou um meteoro atingiu o planeta (e assim consta
nos mitos élficos, que contam esse incidente como o que criou os
primeiros dragões). Textos sarrukhs descrevem uma mudança nas
constelações, ainda que ninguém saiba o que isso significa de
fato. É dito que mais de dez mil ovos de dragões eclodiram ao mesmo
tempo. O mais provável, no entanto, é que em meio a guerra entre os
primeiros gigantes (os titãs) e o povo batrachi, o povo anfíbio que
perdia a guerra libertou seres poderosíssimos: os primordiais. Os
deuses então, mais uma vez, se uniram para enfrentá-los.
Asgorath, uma antiga divindade dos dragões, em meio ao caos, atirou
uma lua de gelo na terra, o
que criou o Mar das Estrelas Cadentes.
Antes que o mundo fosse completamente destruído, Lorde Ao interveio e
separou os mundos de Abeir e Toril, entregando Abeir aos primordiais
e Toril às divindades. Segundo a lenda dracônica, foi ao atirar a
lua na terra que Asgorath criou os dragões.
Após
este incidente, que ficou conhecido como A Queda da Lágrima (porque
o meteoro ou lua seria uma das Lágrimas
de Selûne, asteroides
que circulam a lua de Toril),
surge no oeste o Império Aearee, da raça-criadora das criaturas
aladas.
Bahamut |
A ERA DO AMANHECER
Os
registros dessa era, que se situa entre os anos -30.000 e -24.000 CV,
também se aproxima de zero, sendo citada apenas como O Tempo dos
Dragões e Tempo dos Gigantes. Dragões de forma individual ou em
conjunto com seus clãs controlavam vastos territórios e batalhavam
contra seus rivais pelo domínio dos céus, dos mares e da terra.
Durante esses conflitos entre os dragões, algumas pequenas áreas
antes controladas por eles caíram nas mãos dos gigantes. Estes, com
o tempo, começaram a criar reinos como Darchar, Grunfesting,
Helligheim, Nedeheim, Ostoria e Rangfjell. Com o crescimento desses
reinos, grandes batalhas ocorreram contra os reinos dragões como
Argissthilliax, Caesinmalsvir, Darastriverthicha e Tharkrixghontix.
A
Revoada dos Dragões:No
ano de -30.000, aconteceu a primeira revoada de dragões. Eles
atacaram as criaturas aladas em todos os seus territórios. Neste
mesmo ano, os
Ba'etith,
uma organização sarrukh, criou O
Couro Dourado da Serpente do Mundo,
que mais tarde ficou conhecido como os Pergaminhos
de Nether.
Mudanças
nos Seldarine:
Nesta
época, Corellon Larethian e Araushnee se separam após Araushnee,
segundo contam os elfos, ter seu plano de tomar o trono de seu marido
exposto por Sehanine Arcolunar. Araushnee é expulsa dos Seldarine,
indo se exilar no Abismo, onde criou o Fosso das Teias Demoníacas e
se tornou a deusa Lolth. Malkizid, um solar seduzido por Araushnee e
que conspirou com ela contra os Seldarine a quem servia, foi então
banido para os Nove Infernos.
O
Surgimento dos Gigantes:
Nesta
época, o deus gigante Annam Pai-de-Todos se uniu com Othea, uma
semideusa de Toril, e essa união gerou oito descendentes. Ostoria, o
Reino Colossal, foi fundado por Annam em honra aos seus filhos.
O
Começo de uma Famosa Guerra:
Por
volta do ano de -29.500 começou a guerra entre os seguidores dos
deuses Bahamut e Tiamat, conflito que dura até os tempos de hoje.
A
Chegada dos Elfos:
Foi
entorno do ano de -27.000 que, buscando se libertar do domínio dos
dragões, as fadas abriram alguns portais de Faéria para Toril,
trazendo os primeiros elfos. Estes primeiros elfos verdes veneravam
os deuses/lordes das Fadas e não os Seldarine, que ainda não haviam
se feito conhecer naqueles tempos. Um grupo de elfos conhecidos como
Ilythiiri negocia então com os dragões e consegue fundar um pequeno
reino no sul. Sua capital era Atorrnash e foi o grande farol da
cultura élfica por mais de um milênio. Por volta do ano de -25.400,
elfos dourados refugiados do reino insular de Tintageer, em Faéria,
fogem do plano das fadas quando seu reino é destruído, fazendo
assim uma casa em Toril na terra onde suas divinações os levaram: A
Terra Única (ou,
na língua élfica, Faerûn).
Os elfos dourados logo se integraram aos elfos verdes presentes em
Toril e os
descendentes desses
elfos dourados
ficaram conhecidos como elfos solares. Um único elfo prateado estava
entre os refugiados: Sharlario Florlunar. Seus descendentes ficaram
conhecidos como elfos lunares.
A
Guerra entre Gigantes e Dragões:
Entre
os anos de -26.000 e -25.000, gigantes de Ostoria e dragões
liderados pela divindade dracônica Garyx batalharam através do
milênio, com o reino de Ostoria ao final da guerra sendo apenas uma
sombra do que foi, ocupando apenas algumas regiões do extremo norte,
como a região hoje conhecida como A Grande Geleira.
Entre
Urds e Kobolds:
Por
volta do ano 24.400, os primeiros urds (kobolds alados) foram criados
por dragões, através de cruzamento com dragões verdadeiros, para
controlar seus vassalos recém-criados kobolds que se expandiam
absurdamente graças a sua alta taxa de nascimento. Os kobolds
encontraram nessa época as gemas da divindade Garl
Brilhouro-Resplandecente no fundo da terra, gemas essas que continham
as almas dos primeiros gnomos. Ao roubarem as gemas, os kobolds
inflamaram a ira de Garl, que caçou os ladrões. Durante a fuga
pelos labirintos sob a terra, os kobolds liderados pelo
feiticeiro-rei Kurtulmak sofreram a ira de Garl que recuperou as
gemas e criou um desabamento, matando boa parte dos reptilianos. A
fuga deveria ter sido protegida pelos urds, que haviam desaparecido.
O líder dos urds,
Kuraulyek,
não era exatamente um fã da lealdade e preferiu salvar os urds a
lutar ao lado dos kobolds. Isso salvou os kobolds alados, mas também
garantiu o ódio de seus primos mineradores. Asgorath, a divindade
criadora dos dragões, também conhecida como Io, decidiu conceder a
divindade aos dois líderes por salvarem, cada um a seu modo, kobolds
e urds. Assim, Kurtulmak e Kuraulyek se tornaram deuses, com o
primeiro nutrindo ódio pelo segundo. Também assim surgiu a
inimizade eterna entre gnomos e kobolds. Foi também assim que
surgiram as primeiras raças derivadas dos dragões: kobolds e urds.
O PRIMEIRO FLORESCER
Entre
os anos de -24.000 e -12.000 a civilização élfica atingiu seu
apogeu, resultado do sucesso de suas guerras contra orcs, dragões e
gigantes.
A
Batalha por Chult:
Por
volta do ano -24.000 aconteceu a queda do reino Yuant-Ti Mhairshaulk
devido a inúmeros ataques de dragões às suas principais cidades.
Nesta mesma época o deus Ubtao convocou os primeiros Couatls vindos
do Oeste (Maztica) para as selvas da península de Chult, para
atuarem em seu nome. Durante os mil anos seguintes, Couatls e
Yuan-Tis batalharam pelo controle de Chult, até que as serpentes
aladas venceram, expulsando os homens-cobra para além das montanhas
de Hazur.
Outras
Guerras e uma Lenda de Fundação:
Também
por
volta do ano -24.000,
diversos reinos élficos foram sendo fundados através de Faerûn. No
ano de -20.000, pela primeira vez dois reinos élficos guerrearam:
Orishaar e Ilythiir. Nos mares, os povos aquáticos começaram a
guerrear entre si nesta época. Apesar de não haver registro real,
alega-se que a Cidadela do Corvo foi construída por volta do ano
-18.000, ainda que não haja qualquer evidência além das
encontradas na cidade de uma civilização humana nesta época além
de sociedades tribais.
A
Separação:
segundo os registros élficos (onde é chamado de Ever'Sakkatien),
em torno do ano -17.600, centenas de magos élficos se encontraram no
chamado Ponto de Encontro. Ignorando lições anteriores, eles
conjuraram uma magia poderosíssima para criar uma terra prometida
para a raça élfica. No Dia do Nascimento, a magia atingiu seu ápice
e se estendeu adiante, para trás e através do tempo. A Terra Única,
Faerûn, foi dividida pela força da Separação. Como resultado,
milhares de elfos morreram, cidades foram varridas da existência e
Toril foi modificado para sempre. O nome Faerûn passou a se referir
ao “maior continente”. Trazida de Arvandor (o reino celestial dos
elfos em Arbórea), Encontro Eterno surgiu como uma ilha no oceano,
protegida por Corellon Larethian contra os inimigos da raça, e para
onde muitos elfos foram e que se tornou a terra prometida. Na ilha,
surgiu a Árvore das Almas, e com o tempo os elfos que decidam não
partir para Arvandor quando “morriam de velho” passaram a poder
se incorporar com a árvore, lhe concedendo cada vez mais poder.
Profecias começaram a surgir que um dia essa árvore seria
transplantada para Faerûn quando os elfos voltarem de seu exílio na
“Ilha Verde”. No continente, sobreviventes do reino dos elfos
negros após o cataclismo, em resposta à destruição de seu reino,
passaram a venerar as divindades Lolth e Vaerun. Os elfos negros,
através do uso de espiões e assassinos, atrapalham a união de três
reinos dos elfos silvestres da Mata do Sátiro (hoje Mata de
Chondal), levando os três reinos a uma guerra. Poucos
séculos depois, alguns
elfos aquáticos fazem sua migração para o Mar Interno.
O
Surgimento dos Anões:
Por
volta do ano -16.000, o primeiro povoado anão é conhecido na grande
montanha de Yehimal, que une Faerûn, Zakhara e Kara-Tur. De lá eles
migraram para os três continentes. Por volta do ano 15.000 os anões
fundam seu primeiro grande reino em Faerûn na grande caverna de
Bhaerynden, abaixo do Shaar.
Primeiras
Tribos Humanas:
Tribos
bárbaras de clãs humanos surgem em Keltormir por volta do ano
-13.900.
A Guerra das Coroas |
AS GUERRAS DAS COROAS
Entre
os anos de -12.000 e -9.000 a civilização élfica entrou em um
conflito interno conhecido como A Guerra das Coroas, que teve como
uma das consequências o banimento dos elfos negros da superfície de
Faerûn.
A
Primeira Guerra das Coroas:
No
ano de -12.000 começa a Primeira Guerra das Coroas após o ataque do
reino de Aryvandaar a Miyeritar (o centro da Arte e Magia élfica em
Faerûn), a qual tentava anexar diplomaticamente por séculos. O
reino de Shantel Othreier é ameaçado a aceitar a anexação ou a
sofrer o mesmo destino. Aryvandaar acaba por anexar Miyeritar, ainda
que grupos de resistência surjam. O reino élfico de Illefarn
abrigam os refugiados.
Poucos
séculos depois, por volta do ano -11.700, o reino de Shantel
Othreier é atacado por dragões, mas Tethir, filho de Keltormir,
mata dois dragões vermelhos anciões e ganha o respeito de seus
inimigos, sendo então conhecido como o Matador de Dragões. Colonos
humanos se assentam nas imensas clareiras causadas pelo fogo dos
dragões.
A
Segunda Guerra das Coroas:
Em
resposta a agressividade de Aryvandaar, ainda durante a Primeira Guerra, os elfos de Ilythiir atacam este reino de elfos dourados e qualquer aliado que tivesse, como
Orishaar, reino de elfos da lua, que cai rapidamente diante do ataque inicial brutal. Os primeiros conflitos ocorrem em -11.700, dando começo a Segunda Guerra das Coroas. Em determinado momento da guerra, elfos
verdes se juntam aos elfos negros de Ilythiir, acreditando ser a
forma de pacificar os reinos. A migração dos elfos para o Mar
Interno serve de gatilho para o começo da guerra entre o Povo do Mar
(merfolk)
e os Sahuagin. No ano de -11.300 Miyeritar é completamente
conquistado por Aryvandaar, pondo fim real
a Primeira Guerra. Após cinco séculos de conflito, Thearnytaar cai
nas mãos dos elfos negros, que agora usam monstros escravizados e
mortos-vivos em seu exército. Agora Ilythiir dirige seus exércitos
para a direção do reino de Keltormir. É o fim da Segunda Guerra. Por causa desta guerra, os elfos de Ilythiir são chamados de dhaerow, palavra que significava "traidor", por causa da agressividade dos elfos deste reino em seus ataques.
O
Primeiro Império no Mar Interno:
No
ano -11.003 é fundado o primeiro reino élfico no Mar Interno,
marcando o ano 1 no calendário de Aryselmalyr, o Império dos elfos
aquáticos.
A
Chegada dos Illithids:
Por
volta do ano -11.000, o primeiro enclave dos devoradores de mente
refugiados do planeta Glyth é fundado sob o nome de Oryndoll.
O
Nascimento de Shanatar:
Nesta
mesma época ocorre um grande êxodo anão de Bhaerynden, fundando o
império de Shanatar abaixo das terras de Amn, Tethyr, Calimshan e do
Lago do Vapor.
Mapa da Segunda e Quarta Guerras das Coroas |
A
Terceira Guerra das Coroas:
A
Terceira Guerra das Coroas começou um século depois, quando as
tentativas de acordo entre Shantel Othreier e Aryvandaar se esgotam.
A Terceira Guerra das Coroas termina com Aryvandaar conquistando
Shantel Othreier por volta de -10.600. Um século depois acontece o
Desastre Sinistro. Miyeritar é alvo de tempestades avassaladoras,
que reduzem a floresta e o reino, transformando tudo em terra
infértil em três meses. Apesar da ausência de provas, muitos
acreditaram que foram os Altos Magos de Aryvandaar que lançaram o
Desastre Sinistro sobre Miyeritar, estabelecendo quatro décadas de
uma paz forçada, quando cada elfo em Faerûn estremecia diante dos
estragos causados pelas Guerras das Coroas.
As
Guerras de Mantor:
No ano de -10.800
começam as Guerras de Mantor: Os seguidores de Shanat são atacados
pelos misteriosos habitantes de Rringlor Noroth, que se levantam das
profundezas de um grande abismo em uma batalha pelo controle das
cavernas de Alatorin. Os anões finalmente prevalecem depois que
Taark mata quatro dragões azuis que reivindicavam a Fenda de
Dhalnadar como deles. Os anões então fundam o reino de Alatorin e
forjam o Trono das Caveiras Dracônicas com os ossos dos quatro
dragões mortos. Os anões do escudo consideram que estes eventos
marcam o começo da Primeira Era de Shanatar.
Enquanto
isso, entre os anões, os oito filhos de Taark Shanat fundam seus
próprios reinos vassalos, com cada um ligado a uma divindade anã
diferente.
A
Quarta Guerra das Coroas:
No
ano de -10.450
CV, os
elfos de Ilythiir decidem
vingar Miyeritar e usam abertamente os poderes concedidos por
Ghanador e outros deuses malignos sobre seus inimigos. Os elfos de
Keltormir se retiram das guerras por discordar dos reinos de Ilythiir
e Aryvandaar por volta do ano de -10.270, tornando a guerra aberta
entre os dois reinos. As batalhas duram dois séculos. Usando dragões
escravizados e outros poderes, os elfos negros de Ilythiir incendeiam
Shantal Othreier, destruindo a maior parte da floresta por cerca de
meio século. A destruição é tal que cerca de mil sacerdotes e
altos magos de Illefarn, um reino
neutro, e outras áreas livres, começam uma grande oração pedindo
por salvação a Corellon e os demais Seldarine.
A
Queda dos Drows:
Então, no ano de -10.000, após as súplicas de seus devotos,
Corellon transforma todos os elfos negros, sejam eles corrompidos do
reino de Ilythiiri ou não, em drows. Em dois meses, os drows se
retiram para Umbreterna.
Um
mês após a retirada dos drows, os elfos são convocados pelos
Seldarine para estabelecer a paz entre os elfos e o local da reunião
se torna a Corte Élfica. Um século depois desse encontro, o reino
de Aryvandaar começa uma perseguição aos altos magos e sacerdotes
de outros reinos. O reino de Illefarn é anexado a Aryvandaar. Muitos
refugiados fogem para o que restou de Shantel Othreier.
A
Primeira Guerra de Serôs:
No
ano de -9.839, começa a Primeira Guerra de Serôs, com a aliança
entre elfos e povo do mar lutando contra os sahuagin. Com a
destruição do reino sahuagin, a guerra termina.
Outras
Fundações de Reinos Élficos:
Por
volta do ano -9.800, um grupo de elfos Llewyrr foge para as Ilhas
Moonshae,
batizando essa nova terra de Synnoria. Duzentos anos depois, são
fundadas as primeiras cidades drows em Umbreterna: Telantiwar e
Guallidurth.
A
Quinta Guerra das Coroas:
No
ano de -9.200, começa a Quinta Guerra das Coroas, a última delas. A
Corte Élfica, os sacerdotes dos Seldarine e diversos magos
escondidos começam a organizar bolsões de resistência dentro do
próprio império do Aryvandaar, fragmentando seu poder e espalhando
seus exércitos. A Quinta Guerra das Coroas termina por volta do ano
-9.000 CV, com a derrota de Aryvandaar e seus líderes da casa
Vyshaan.
A
Diáspora Anã:
Enquanto
isso, em Umbreterna, os
drows de Telantiwar derrotam os anões de Bhaerynden e tomar a cidade
para eles (na região hoje conhecida como A Grande Fenda), causando
uma diáspora desses anões que se tornam pequenas tribos, indo desde
os picos isolados de Novularond (onde ficaram conhecidos como anões
do ártico) até a Península de Chult (onde ficaram conhecidos como
anões selvagens).
Netheril |
O TEMPO DAS FUNDAÇÕES
Entre
os anos de -9.000 e -3.000, após a queda de impérios como os dos
dragões, gigantes e da retirada dos elfos após suas guerras
deixarem de ser uma ameaça a todos, começam a surgir as
civilizações dos povos humanoides. Desde os elfos de Evereska e
Encontro Eterno aos reinos humanos de Unther e Coramshan aos reinos
anões de Alto Shanatar e Oghrann.
A
Guerra das Proles:
Os oito reinos vassalos de Shanatar entram em guerra uns contra os
outros em busca de expansão de suas próprias fronteiras, jogando
anão contra anão. O uso de legiões de proleocultas (deepspawn),
bem como a origem da formação desses reinos, acabou por nomear a
guerra que começou por volta do ano -9.000 CV.
A
Enorme Muralha:
no ano de -8.938, a Muralha Bane-Tubarões com extensão superior a
215 quilômetros foi erguida em Serôs, mantendo os sahuagin presos
no sudeste do Mar Interno e aqueles a oeste da muralha foram caçados
e exterminados pelos nove séculos que se seguiram.
O
Surgimento da Grande Fenda:
No
ano de -8.800 as Grandes Cavernas de Bhaerunden cederam, criando A
Grande Fenda.
O
Fim de Keltomir:
Uma
revoada de dragões atacou o reino élfico de Keltormir, dizimando
quatro clãs de elfos, onze grandes cidades e milhares de quilômetros
quadrados de floresta, dividindo o que restou dos elfos do que fora
um reino. Duzentos anos depois, clns sobreviventes de Eillûr,
Miyeritar e Orishaar fundam um refúgio a leste do que era Aryvandaar
conhecida como Evereska. Um século depois, Aelinthaldaar é fundada
para ser a capital do reino de Illefarn onde hoje está localizada a
cidade de Águas Profundas.
No
ano de -8.350, as tribos humanas do povo imaskari coloniza as
planícies onde hoje se encontra o deserto de Raurin.
O
Império Imaskar:
Após um período de alguns séculos vivendo em comunidades tribais,
no ano de -1.975 foi fundada a cidade de Inupras que se tornou a
capital do Império Imaskar. Os 15 séculos que seguiram foram de
intenso estudo da magia, em especial da magia transdimensional, e
este conhecimento permitiu ao povo imaskari construir
portais por toda Faerûn e além, e suas fronteiras chegaram
ao Mar Alamber, ao Grande Mar Gelado, a Água Dourada e a Kara-Tur,
destruindo ou anexando todos os povos que encontraram pelo caminho, a
começar pelos kobolds de Zexthandrim. Foi no ano de -6.422 CV que a
Cidade Imperial de Inupras caiu. Demônios invadiram a cidade e a
destruíram. Apesar de nunca ter sido desvendado como aconteceu,
acredita-se que um culto a Demogorgon foi o responsável por trazer
os demônios à capital. Durante os dois milênios seguintes, O
Império não estava mais tão forte, ainda que não estivesse fraco.
No ano de -4.370, uma praga se alastrou pelo sul do império,
dizimando a vida de milhares de pessoas e acabando com os campos de
colheita, o que fez com que os sobreviventes tivessem então que
enfrentar a fome. Essa desgraça ficou conhecida como A Morte
Silenciosa. Nas áreas menos afetadas, cerca de 15 a 20% da população
morreu. A praga chegou ao norte, mas sem a mesma força. No desespero
pela reconstrução, o imperador Lorde Artífice Khotan construiu os
Pináculos de Bukhara, dois portais gêmeos para acessar outro mundo.
De lá, dezenas de milhares de humanos foram trazidos para trabalhar
como escravos. As uniões entre escravos deu origem à etnia Mulan.
Com o trabalho escravo, o Império foi reerguido. Por volta do ano
-3.500, o arquimago Madryoch estudou o Plano das Sombras, cerca de
três milênios antes dos magos de Netheril. Madryoch tentou tomar o
trono mas foi derrotado pelo jovem prodígio Hilather e aprisionado
no Semiplano do Aprisionamento, o plano criado pelos pesadelos do
Antigo Mal Elemental. A civilização Imaskari acabou no ano de -2488
quando a revolta Mulan começou, graças a terem suas preces ouvidas
por seus antigos deuses (do atual panteão de Mulhorandi) que
enviaram avatares a Toril e lideraram um exército contra o império.
A
Segunda Guerra de Serôs:
No
ano de -8.298 CV começa a Segunda Guerra de Serôs, que durou pouco
mais de quinze anos, onde os exércitos élficos decidem libertar os
povos locathah, o povo caranguejo e o povo do mar que foram
escravizados por seus inimigos. Com o fim da guerra, os kuo-toan
foram praticamente extintos do Mar Interno.
A
Guerra da Aranha e a Segunda Era de Shanatar:
A Primeira Guerra das Aranhas começa com os drows se aproveitando da
guerra civil anã e atacando Alatorin. Em vinte anos, entre -8.170 e
-8.150, cai o reino Alatorin. A Segunda Guerra da Aranha começa
cinco anos depois, com os reinos anões fazendo um armistício e
juntado forças contra os drows. Com a vitória sobre os elfos
negros, os anões voltam ao Salão do Machado Brilhante e juram nunca
mais lutar entre si. Unidos, dão início a Segunda Era de Shanatar.
O Império de Shanatar cresce até sua maior extensão no ano de
-8.100, quando são atacados pelos devoradores de mente de Oryndoll.
Os illithids perdem a guerra, mas conseguem sequestrar o Clã
Duergar. Após milênios de experimentações bizarras, o clã
sequestrado se torna uma nova subraça de anões: os anões
cinzentos.
A
Grande Chegada:
Por volta do ano de -7.800 CV, o nobre djinni Calim chega em Faerûn
seguido pelos Djen, um grupo de gênios com seus escravos humanos e
pequeninos. Tomando posse de uma vasta área de terra, ele funda o
Império de Calim onde hoje fica a cidade de Calimporto. Dez anos
depois, uma revoada de dragões ataca Calimporto, iniciando a guerra
entre gênios e dragões, vencida ao seu final pelos gênios, que
reconstroem Calimporto com sua magia. Chegam em Faerûn outras
espécies de gênios, criando suas fortalezas e nações – tanto na
terra quanto abaixo dela, quanto no mar.
A
Retomada da Grande Fenda:
Por
volta do ano de -7.600 os anões retornam A Grande Fenda. Os anões
que lá passam a morar, durante o milênio que se segue, se tornam a
subraça dos anões dourados.
A
Guerra entre Memnon e Calim:
No
ano de -6.800 CV, chega a Faerûn o efreeti Memnon e seu exército de
fogo e fundam o reino de Memnonnar ao norte do Rio Agis. Após 300
anos, os reinos de Memnon e Calim entram em guerra, uma guerra que
dura quatro séculos e vinte e duas batalhas. As batalhas são tão
cataclísmicas que os alto magos elfos decidem intervir, por fim
separando corpo e espírito dos dois nobres gênios, unindo a
essência elemental dos dois. O resultado dessa união gerou o
Deserto de Calim.
Conflitos
entre Drows e Anões:
No
ano de -6.150 os drows de Guallidurth atacam novamente Alatorin. Os
anões são obrigados a abandonar o Salão do Machado Brilhante, mas
levam consigo o Trono das Caveiras Dracônicas.
A
Queda da Dinastia Calim:
Humanos e anões se rebelam contra os últimos nobres gênios e se
libertam da escravidão no ano de -6.060, fundando o reino de
Coramshan. A aliança entre humanos e anões dura pouco, no entanto,
pois os governantes do novo reino começam a venerar deuses malignos.
A
Terceira Era de Shanatar:
Os anões de Shanatar clamam para si as terras da superfície
próximas as Montanhas Marchantes, estabelecendo o reino de Alto
Shanatar.
A
Naação de Jhaamdath:
Ao norte das Florestas de Chondal, unidos pela dinastia Dath e por
seu líder – o guerreiro psiônico Jhaam, é fundado o império
Jhaamdath no ano de -5.800. Este império e Coramshan vão batalhar
por muito tempo pelo controle da área do Lago do Vapor, entrando em
uma trégua onde nenhum dos dois impérios ficará com a área no ano
de -5.005. Jhaamdath recebe então visões da divindade Auppenser de
fartura e prosperidade. Para agradar a divindade, o império acaba
com a escravidão. No ano de -5.710, na cidade de Naarkolyth, é
fundada Udoclian, a primeira universidade da Arte Invisível.
Por
volta do ano de -5.400 CV, anões de Alto Shanatar e humanos de
Coramshan entram em uma guerra que dura três milênios. No ano de
-5.360, mais de cinco mil gigantes de Nedeheim entram em guerra com
os anões de Alto Shanatar. Os anões vencem a guerra, matando mais
da metade da população gigante ao sul do Pico das Núvens, e o
reino de Nedeheim é reduzido a poucos clãs em fortalezas esparsas.
A
Primeira Era de Calimshan:
Por volta do ano -5.300 começa a Primeira Era de Calimshan, quando
os reinos de Coramshan e Mir expandem agressivamente suas fronteiras.
O
Nascimento de Rashemen:
No
ano de -5.000, tribos humanas da etnia Raumviran, liderados pelo
chefe Shemen, se estabelecem nas Terras dos Lagos. Com a morte de
Shemen no ano de -4.963, este povo começa a chamar aquelas terras
Rashemen em sua memória, que em sua língua significa Terras de
Shemen.
Uma
Sexta Guerra das Coroas?:
Por
volta do ano de -4.800, a casa élfica Dlardrageths, um clã
corrompido por demônios ao qual se misturou, corrompe outras casas
élficas, encorajando a união entre elfos e demônios, criando os
fey-ri. Os fey-ri escondem seu segredo e se tornam poderosos em
Siluvanede. No ano de -4.500, começam pequenos atritos e conflitos
entre os elfos de Siluvanede e Eaerlann, que duram duzentos anos.
Esses conflitos são às vezes referidos como A Sexta Guerra das
Coroas. Esses conflitos se dão porque alguns Alto Magos de Arcorar,
com a ajuda de forças Eaerlannis, caçam membros da Casa Dlardrageth
até um refúgio secreto abaixo do Chifre de Ascal. Outras casas sob
influência da casa Dlardrageth retaliam, iniciando os conflitos. Os
conflitos terminam com a vitória de Eaerlann no ano de -4.300. A
maioria dos fey’ri são aprisionados em Nar Kerymhoarth, a masmorra
Sem Nome, mas uns poucos fogem e eventualmente conseguem se infiltrar
em algumas casas élficas e esconder sua verdadeira natureza,
corrompendo estas casas.
O
Massacre da Corte Negra:
No ano de -4.400, drows e duergars atacam e destroem a Corte Élfica
e Sarphil num ataque rápido e sorrateiro. O ataque clama a vida de
diversos líderes e nobres da Corte. O guarda e arqueiro Shevarash
faz um juramento para Corellon em meio ao ataque e se torna a mão
dos Seldarine contra os drows, se tornando a divindade da vingança
dos elfos ao morrer em -4.070, jurando matar Lolth e seus seguidores.
A existência dos inimigos de Umbreterna é então revelada.
A
Revolta dos Duergars:
No
ano de -4.000, os duergar se rebelam contra seus mestres Illithids e
conseguem se libertar, se espalhando e criando fortalezas isoladas em
Umbreterna.
Mais
Fundações:
No
ano de -3.983 a cidade de Cormanthor (agora Myth Drannor) é fundada
e no ano de -3.917, a cidade de Menzoberranzan é fundada.
Enfim,
Netheril:
Por volta do ano -3869, um jovem e carismático sacerdote de nome
Nether (mais tarde conhecido como Nether, o Velho) chega a liderança
da vila pescadora de gers, ao norte de Faerûn. Dez anos depois ele
consegue unir sete vilas de pescadores para proteção mutua. O
calendário de Netheril é criado para celebrar essa união. Três
anos depois, o agora Rei Xamã Nether renomeia seu reino o chamando
de Netheril, que significa em sua língua Terra de Nether. No ano de
-3.848, nasce Nether, o Jovem. Em -3.830 CV, elfos de Eaerlann e
humanos de Netheril começam a travar relações diplomáticas e os
elfos começam a ensinar a Arte aos humanos. Nesta época surge o
primeiro arcanista de Netheril: Therion de Gers. Em -3.827 Nether, o
Ancião, é assassinado e Nether, o Jovem, se torna o novo líder.
Ele vive até o ano de -3.772 CV. No ano de -3.655, orcs vindos da
Espinha do Mundo atacam os reinos élficos de Illefarn e Eaerlann. Os
elfos, com a ajuda do jovem império de Netheril e dos bárbaros
Rengarth vencem a guerra. Os bárbaros são absorvidos pelo império
humano, ainda que tenham se mantido razoavelmente autônomos. No ano
de -3.654 CV, um lich sarrukh se disfarça como um humano arquimago e
aparece para os netherises sob o nome de Arthindol. Ele acaba ficando
conhecido como Terraseer. O sarrukh ensina então aos humanos
segredos da Arte, reaparecendo de tempos em tempos para ensinar mais,
sem nunca parecer envelhecer. Seu legado inclui a tradução dos
Pergaminhos de Nether, a exploração do Norte da Costa da Espada, a
ocupação do Velho Poço da Coruja e as previsões e profecias que
incluíam o destino horrível nas mãos de Karsus. O Império de
Netheril cresce em poder e domínio da magia e escravizando raças
(como os gnomos, os quais fizeram experimentos que criaram os
spriggans). Por volta do ano -3.315 começa a era dos Mythallars em
Netheril e também nasce Ioulaum, o maior dos arquimagos de Netheril.
No ano de -3.095, os elfos do reino de Cormanthyr roubam uma parte
dos Pergaminhos de Nether, os escondendo nas ruinas da Torre da
Canção do Vento. Um dos “ladrões”, um gnomo aliado dos elfos
chamado Rilmohx Sha’Quessir, deu uma olhada em um dos pergaminhos e
acabou ganhando profundo conhecimento em como conjurar magias de
ilusão. Este conhecimento foi compartilhado com o restante do povo
gnomo. Ioulaum cria o primeiro Mythallar no ano de -3.014 CV.
FINALIZANDO
Esperamos
que tenham gostado dessa segunda parte de nossa (Não Tão) Breve
História Sobre os Reinos. Quer ler o restante da história? Gostou do
texto? Então comente e curta nossa página nas redes sociais!
(@meuspergaminhos)