PERSONAGENS
E REPRESENTAÇÃO LGBTQ+ EM D&D
Texto de Rafael Castelo Branco de
Oliveira Torres.
Há
algum tempo eu tenho desejado fazer esta postagem, porque é muito comum no meio
"nerd" essa coisa de dizer que estão colocando pautas sociais
"no meu jogo", como se existisse de fato um movimento
"recente" de reescrever alguns temas de cenários e até mesmo mudar
algumas regras do jogo em si. Bom. Talvez haja de certa forma este movimento em
termos de mudanças no jogo. Afinal, nada mais natural que o jogo espelhar um
pouco dos valores da sociedade na qual ele está inserido e é óbvio que se
caminhamos para uma sociedade menos conservadora e com mais respeito a
diversidade, então sim, há uma mudança no jogo. Por exemplo, há uma posição da
Wizards atual e fazer pequenas mudanças nos chultianos descritos na aventura
Tumba da Aniquilação para torná-los menos caricatos e nos vistani para não os
colocar como "malignos" na Maldição de Strahd, o que aliás foi um
retrocesso em toda etnia vistani, já que isso já acontecia no cenário de Ravenloft. Essa visão dos vistani como
"malignos" foi uma bola fora da empresa ao deixar de lado tanto
conteúdo já criado a respeito do cenário de Ravenloft ao criar a aventura, fazendo com que ela
ficasse completamente desconectada do que já fora criado para ele. Mas não
mudemos o tema. A intenção era demonstrar que já houve essa indicação que a
empresa não tem interesse em se manter em um viés conservador e preconceituoso.
Pois
bem. Antes de listar alguns casos e personagens LGBTQ+ e contar um pouquinho de
suas aparições em D&D,
vou deixar aqui uma espécie de "aviso". Minha intenção não é rotular
cada personagem ou evento como cada letra dentro do espectro LGBTQ+. Por serem
ficcionais, eles nem sempre se declaram como algo, e em alguns casos seria
pouco indicado que o autor deste texto, sendo hétero, saísse indicando quem é o
que ou qualquer coisa do tipo. Preferi apenas trazer os casos que, ainda bem,
saem dessa normatividade tão comumente imposta, ainda hoje. Também vou me ater
a casos dentro das raças mais "comuns" em D&D. Por uma série de motivos que não cabem neste
texto.
Cinto da Masculinidade/Feminilidade |
EVENTOS
Existem
alguns eventos curiosos nos cenários de D&D, dos mais conhecidos aos menos conhecidos. E um
caso é o da mudança de gênero. Num passado distante do jogo, entro o final dos
anos 70 e começo dos 80, estranhas "maldições" vindas de itens
mágicos a armadilhas poderiam trocar o gênero do personagem. E isso era tratado
como algo ruim. Eu vejo essa motivação como uma "chacota" machista e
homofóbica. O personagem usar um item "amaldiçoado" e trocar de
gênero era um tipo de evento para trazer "humor" a mesa. Nada
engraçado, de fato. Porém, vem dele o primeiro caso.
No
jogo de computador Baldur's Gate,
é possível encontrar este item com um ogro. Ele permitirá a mudança de gênero
do seu personagem, e isto pode alterar algumas interações no jogo.
Ok.
Esse evento parece bem pouco interessante, e de fato é. Mas ele tem implicações
se combinado com alguns dos personagens do jogo, inclusive os LGBTQ+. E apenas
por isso entra na lista. Afinal, ele segue como um item
"amaldiçoado". Mas vamos deixar de fora esse item, por ora. Essa
visão de maldição é claramente uma piadinha de quem acha que se seu personagem
se transformar em uma garota estaria sendo punido. A citação aqui é apenas
porque o jogo possibilita que não seja algo que penalize o personagem e isso em
si é a única parte interessante de toda essa história...
Corellon Larethian, divindade élfica |
Um
evento verdadeiramente interessante é o caso de Corellon. Sendo a principal
divindade élfica, ele vem sendo detalhado há várias edições. Na antiguidade,
ele era casado com a deusa que mais tarde se tornaria Lolth, e que, no mínimo,
complicaria em muito a vida da raça élfica. Uma nova roupagem a toda essa
história, no entanto, é que Corellon seria andrógino. E fluido de gênero. Ou
seja, ora se identificando como homem, ora como mulher, ora como nenhum dos
dois. E os elfos então teriam sido criados com esse dom, originalmente. Mas uma
das maquinações de Lolth tirou isso da raça élfica, salvo poucas exceções, que
são alguns elfos capazes de manter essa possibilidade natural de fluir
magicamente, podendo escolher após cada descanso a qual gênero pertencer. A abertura da possibilidade de venerar uma
divindade das mais importantes do jogo com esse perfil, e ainda poder jogar com
um personagem assim em uma das mais populares raças do jogo foi uma excelente
jogada da empresa.
Ed Greenwood,
autor do cenário de Forgotten
Realms, já afirmou mais
de uma vez que as culturas dos Reinos
em geral ficam muito à vontade com questões de gênero, afetividade e
sexualidade, sem qualquer tabu, exceto quando dito o contrário, e acredito que
essa visão, em especial em nosso tempo, seja facilmente ampliável a qualquer
outro cenário de D&D.
Eberron, por exemplo, possui suplemento chamado Blessed of the Traveler (contando com o apoio do seu autor, Keith Baker) que trata de questões de gênero e identidade
no cenário.
PERSONAGENS
Para
não começarmos por personagens mais completos e que de fato caracterizam muito
mais a sociedade LGBTQ+, vamos começar por dois casos menos "claros":
Strahd e Elminster. Obviamente, alguns deles possuíram algum possível spoiler e
se você não deseja saber a história desses personagens, com medo de estragar
sua experiência em aventuras e jogos de computador, talvez você deva pular
alguns deles.
Strahd Von Zarovich |
Strahd:
Strahd é um vampiro muito antigo, de alinhamento caótico e mau*, que se transformou em um vampiro em um
momento de obsessão pela noiva de seu irmão mais novo. O fato de ver seu irmão
como um jovem belo e atraente, com toda uma vida pela frente enquanto ele
dedicara sua vida a retomar a terra de seus antepassados talvez fosse tolerável
antes de conhecer o grande amor de Serguei: Tatyana. Tatyana o via como irmão
mais velho e tinha um carinho enorme por Strahd, o que só o fazia ficar mais obcecado.
A loucura foi tal que ele fez um pacto com uma entidade que ele chama de
"Morte" para ser jovem e poder ficar com a prometida de seu irmão.
Para selar o pacto, ele então o mata. Mas a jovem vê a cena e foge
aterrorizada. Strahd vai atrás dela, mas ela acaba por saltar das muralhas do
Castelo Ravenloft, que fica no alto de uma montanha, e desaparece nas brumas
que cercavam o castelo. O corpo nunca foi encontrado.
Pois
bem, aqui já há spoilers por demais e vou evitar a longa jornada de um dos mais
icônicos vilões de Ravenloft. A parte que nos interessa é que Strahd, ainda que
Tatyana seja "seu único amor" (e aqui colocamos entre aspas, pois é
difícil falar em amor num caso de obsessão como este), acaba por passar os
séculos de sua existência colecionando "noivas". Mas não só noivas.
Na aventura Maldição de Strahd, deixa claro que por vezes ele também se
interessa por belos homens. E, assim como as mulheres, por vezes ele apenas se
cansa de seus parceiros (devido a sua obsessão já citada). Então, embora
romanticamente Strahd não tenha interesse em mais ninguém, é certo que
sexualmente ele não tem qualquer problema em se sentir atraído por homens ou
mulheres, o que torna toda a história de sua obsessão bem mais interessante.
* O alinhamento de Strahd varia conforme a publicação. O alinhamento nas primeiras aventuras e nas publicações da Athaus é caótico e mau. No cenário de campanha do AD&D, na aventura da 3.5 e na Maldição de Strahd, ele aparece como Leal (Ordeiro) e Mau. Isso reflete muito a mudança de comportamento de Strahd. ALERTA DE SPOILER Strahd é extremamente metódico e leal em boa parte do tempo, mas quando surge a época e que ele sabe que Tatyana está para reencarnar, ele passa a ficar mais afobado, passional e emotivo. Esse é o ponto fraco do Lorde das Trevas.
* O alinhamento de Strahd varia conforme a publicação. O alinhamento nas primeiras aventuras e nas publicações da Athaus é caótico e mau. No cenário de campanha do AD&D, na aventura da 3.5 e na Maldição de Strahd, ele aparece como Leal (Ordeiro) e Mau. Isso reflete muito a mudança de comportamento de Strahd. ALERTA DE SPOILER Strahd é extremamente metódico e leal em boa parte do tempo, mas quando surge a época e que ele sabe que Tatyana está para reencarnar, ele passa a ficar mais afobado, passional e emotivo. Esse é o ponto fraco do Lorde das Trevas.
Elminster |
Elminster:
Elminster é um arquimago caótico e bom de idade milenar. Porém, um tempo depois de Ed Greenwood criar este personagem, que também é seu
alterego no cenário também criado por ele de Forgotten Realms, ele começou a escrever os romances que contam sua
história, por volta do ano de 1994. E foi então que descobrimos algo de seu
passado.
Elminster
nem sempre foi um estudioso da Arte. Antes de se tornar um mago, ele se tornou
um rufião aos 12 anos, após o assassinato de seus país. Ainda jovem, após
começar a perceber que não tinha gosto pela violência, ele foi convidado para
ser um aprendiz de mago, e recusou. E ele recusou seu "chamado" mesmo
quando a própria deusa da magia fez o "convite" pessoalmente. Por
motivos que apenas a própria deusa poderia responder, ela decide fazer com que
ele mudasse de gênero, se tornando uma mulher. Elminster, agora Elmara, acaba
se tornando sacerdotisa de Mystra e depois aprendiz de um mago para ela mesma
se tornar uma maga. Elmara acabaria voltando a se tornar Elminster no futuro, e
este é um caso curioso pois, ao que parece, Elminster precisava abrir seus
horizontes e ter uma vivência menos restrita e comum para entender a magia e
seu destino.
Mas
esses dois casos talvez não sejam tão interessantes, apesar de serem
simplesmente os personagens mais conhecidos de dois dos principais cenários de
D&D. Às vezes, alguns casos são mais emblemáticos. Antes, no entanto, peço
perdão a vocês. Eu pensei muito em escrever sobre eventos e personagens LGBTQ+
que constam em algumas aventuras oficiais como Waterdeep: Roubo do Dragão, Tumba da Aniquilação
ou Fúria
do Rei da Tempestade,
3 aventuras da atual edição, mas traria algumas informações que poderiam não
ser adequada para a experiência de uma mesa ou outra. Da mesma forma, não vou
indicar uma das aventuras que traduzi e adaptei, do começo dos anos 2000, que
também tem um PdM LGBTQ+, pelo mesmo motivo, ainda que essa informação não
estrague, na minha opinião, a jogabilidade, como não estragaria nos casos
anteriores. Mas vamos evitar e, assim, falaremos de aventuras bem mais
antigas...
A
história e personagens dos jogos da linha Baldur's Gate se tornaram parte oficial do cenário de RPG Forgotten Realms, inclusive pela presença destes nos romances,
aventuras e suplementos publicados posteriormente. Vamos listar aqui alguns dos
personagens LGBTQ+ que constam nesses jogos. A linha de jogos Baldur's Gate foi lançada em 1998, e teve vários jogos
lançados pertencentes a esta série desde então, sendo o mais atual a versão
especial de 2012, com uma última expansão de 2016. Um novo jogo da série está
em fase de testes e deverá ser lançado em breve.
Glint Gardnersonson: Glint é um ladino e clérigo de Baravar Manto
Sombrio, uma divindade dos gnomos a ilusão e das mentiras. De alinhamento
Neutro e Bom, ele cresceu em uma família grande e sempre foi visto como um
encrenqueiro. Ele ganhou seu apelido, "Três Olhos", quando sua mãe
lhe disse que precisaria de três olhos para ficar de olho nele. Ele conta que
viveu inúmeras aventuras e é difícil saber o quanto delas é verdade. Glint
então vai até Portão de Baldur para procurar por alguns parentes desaparecidos.
Seu jeito de falar é de alguém que usa muito mais palavras do que é necessário
e de quem acaba perdendo o fio da meada. E um dos traços de sua personalidade é
que ele só tem interesses amorosos por homens (sem distinção de raça).
Curiosidade: a aparência deste personagem foi baseada em um dos criadores do
jogo, Andrew
Foley.
Schael |
Schael Corwin:
Schael é uma humana capitã do famoso grupo de mercenários Punhos Flamejantes.
De alinhamento Leal e Bom, Schael é mãe de Rohma, filha de seu relacionamento
com Beno Famari, um sujeito que ela matou cinco vezes, e foi ressuscitado cinco
vezes para sua sorte. No jogo, você reencontra Beno e pode fazer com que ele
enfim "descanse em paz".
No
passado, quando jovem, ela vivia nas ruas de Portão de Baldur e sua rebeldia
acabou atraindo a atenção dos Punhos Flamejantes, o que fez com que ela fosse
presa. Após refletir sobre seu passado, ela percebeu que suas ações a levaram a
ser presa. Quando terminou de cumprir sua pena, ela se alistou no grupo dos
Punhos Flamejantes até atingir sua atual patente. Ela é extremamente devotada à
Companhia e a sua família.
Ela
conta pouco sobre seus relacionamentos amorosos, e é apenas possível descobrir
que os dois mais importantes terminaram mal: com o pai de sua filha, Beno, e
com uma moça chamada Tianna. Ela segue sendo atraída afetivamente personagens
de qualquer gênero, de qualquer raça, se puderem conquistá-la, claro.
Dorn Il-Khan:
Dorn é um meio orc algoz, de alinhamento neutro e mau, de reputação terrível
(afinal, é um algoz). Absurdamente forte e carismático, Dorn pouco fala de seu
passado, exceto que ele veio do norte e que não confia em ninguém. Dorn sofreu
traições em seu passado e não admite que ninguém o traia, indo até o inferno
para se vingar se for preciso. Falando em inferno, ele se dedica a um patrono
diabólico chamado Ur-Gothoz (um cornugon).
Em uma missão a seu patrono, ele acabou aprisionado e esta é sua atual missão
pessoal: de vingar daqueles que o prenderam.
Seja
o que tiver acontecido com ele, ele acabou se tornando duro, com pouco
interesse fora do combate e de beber canecas de cerveja. Ele é um homem que
encontra mais conforto em agir do que em falar. Dorn é um personagem descrito
por vezes como bissexual, por vezes como pansexual. Ele pode se atrair por
personagens de qualquer gênero ou raça. Uma curiosidade é que sua imagem foi
inspirada numa cobinação da aparência do diretor de arte Nat Jones e do CEO da Beamdog Trent Oster.
Mizhena |
Mizhena:
Mizhena é uma humana guerreira e sacerdotisa de Tempus, o deus das batalhas. De
alinhamento neutro, Mizhena viaja com uma capela itinerante juntamente com um
destacamento dos Punhos Flamejantes, onde ela oferece serviços de cura, entre
outros, em troca de doações para financiamento das atividades clericais.
Pouco
se sabe sobre o passado de Mizhena, exceto que quando ela nasceu, seus pais
pensaram que ela era um garoto e a criaram como tal, mas com os anos, ela
percebeu que, de fato, ela nunca tinha sido um garoto e percebeu que era uma
mulher. Foi quando adotou seu novo nome, que ela criou a partir de sílabas de
línguas diferentes com as quais teve contato, e que ela acredita que
verdadeiramente reflete quem ela é. Mizhena perdeu um amuleto de valor
sentimental e gostaria muito de recuperá-lo. Ela é considerada a única
personagem transgênero dessa série de jogos. Não se sabe se Mizhena tem algum
tipo de interesse amoroso.
Hexxat |
Hexxat: Hexxat é uma vampira neutra e má. Hexxat vive
no cemitério de Athkastla, em Amn. Hexxat é uma mulher humana da etnia chultana
e filha de uma sacerdotisa de Ubtao. Como sua mãe estava sempre ocupada, ela
acabou sendo criada por suas tias. Ela nasceu no século XII na cidade de Mezro.
Ela estava em uma missão para Larloch, o Rei Sombrio, em busca de 3 artefatos
desejados pelo mais poderoso lich do planeta. Quando ela e outra agente de nome
Phreya entraram numa tumba em Athkatla, ela acabou despertando o poderoso
vampiro Dragomir, o Vermelho, que a tranformou em uma criatura da noite.
Dragomir não só a transformou como a aprisionou em uma tumba por quase duzentos
anos, sendo libertada somente no ano e 1369 CV.
Devido
ao longo tempo aprisionada, Hexxat se tornou uma criatura acostumada com o
silêncio. Ela ainda se sente um pouco impelida em sua missão de encontrar os
artefatos, mas sabe que não é algo que exija urgência. Ela nunca conta a
ninguém de sua missão, muito menos diz o nome do contratante. Se tiver muita
confiança na pessoa, ela apenas diria que está atualmente em uma missão para
"L", e que discrição é a chave o sucesso. Hexxat pode se sentir
atraída por personagens femininas de qualquer raça.
Voltemos
agora a Ravenloft?
Por que não?
Hazlik: Hazlik,
o Mago Vermelho, como é conhecido, era um mago especialista em evocação,
nascido em Thay, no cenário de Forgotten
Realms. Hazlik, de alinhamento caótico e mau, era
extremamente inteligente e criativo, se destacando na magocracia local. Isso, é
claro, também atraia muitos inimigos. Hazlik, não deixava brechas, no entanto,
para ser derrotado e nem tinha pontos fracos, exceto pelo ódio a um de seus
rivais, a necromante Thantosya. Thantosya era possivelmente tão talentosa
quanto ele. Em determinado momento, Hazlik percebeu que ela talvez estivesse um
pouco a sua frente. Não só no campo mágico, mas também porque Hazlik desejava o
amante da necromante, Ordiab.
Um
dia, Ordiab atraiu Hazlik para uma cilada. Hazlik sucumbiu de paixão e Hazlik
foi pego em flagrante, sendo acusado de ter sequestrado Ordiab. Hazlik foi
aprisionado por seus inimigos, liderados por sua rival Thantosya, e em sua
cabeça raspada desenharam uma série de tatuagens ligadas a feminilidade. Depois
ele foi expulso da ordem dos Magos Vermelhos, teve sua mansão incendiada e foi humilhado
e condenado ao ostracismo.
Enquanto
vivia exilado, certo dia encontrou o casal, Thantosya e Ordiab, numa floresta. Ele
então preparou uma emboscada, matando Ordiab e obrigando a rival a beber o
sangue de seu amado, antes de também matá-la, cortando seu pescoço. Hazlik
acabou atraindo as brumas do semiplano do terror com seus atos. Mas ele ainda
nutre o desejo de se vingar de todos que o humilharam em sua terra natal.
Hazlik então elaborou um plano. Ele tem treinado uma aprendiz de nome Eleni,
por quem até nutre certo apreço. Sua vingança se dará através de um ritual, que
ele acredita estar próximo de finalizar, quando conseguirá matar todas as
pessoas da etnia mulani, seja de seu domínio em Ravenloft, seja através do
multiverso, se vingando assim de todos os nobres de Thay que o humilharam. Isso
faria com que ele também morresse. Assim, o último movimento de seu plano é
tomar o corpo de sua aprendiz, da etnia rashemita, que não seria afetada, se
tornando Eleni, a rainha do domínio de Hazlan, sem qualquer rival ou inimigo
vivo em todo multiverso.
FINALIZANDO O TEXTO
A
inclusão de personagens LGBTQ+ não só porque representa um espectro bem mais
amplo de jogadores de D&D, mas porque também expande o potencial de
história possíveis e permite que ampliemos nosso padrão imaginativo,
enriqueçamos o conteúdo dos jogos e encorajemos nossos jogadores a interpretarem
os personagens que realmente desejam. No final das contas, o Multiverso é um
lugar infinito e só pode ser devidamente utilizado se suas possibilidades forem
também infinitas. RPG é sim algo criado para a diversão, e só é divertido
quando todos se divertem.
Como
bem diz o Livro do Jogador: “Você não precisa se limitar às noções binárias de
sexo e gênero. [...] Você também pode interpretar uma personagem feminina que
se apresente como um homem plenamente à vontade com o gênero masculino, ou como
um homem que se sente preso em um corpo feminino, ou ainda como uma anã barbuda
que odeia ser confundida com um anão. Da mesma forma, a orientação sexual do
seu personagem é algo que cabe somente a você decidir.”
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Bons Jogos!