Nas Terras das Brumas há muito perigo além do que representam os Lordes Sombrios. E, assim, decidimos apresentar uma nova coluna em nossos pergaminhos: as Crias das Brumas. Cada Cria das Brumas é um PdM (ou PNJ ou NPC) que não é um Lorde Sombrio, mas é um importante personagem que merece ter sua história contada.
A primeira Cria da Noite foi escolhida por se adaptar perfeitamente a aventura A Maldição de Strahd, traduzida recentemente pela Galápagos. Uma mulher amaldiçoada que habita o domínio de Barovia e está pronta para ser usada em A Maldição de Strahd ou em sua campanha pessoal. Se você for jogador, pergunte ao seu DM se ele irá utilizar essa PDM antes de ler este post, não é mesmo? (E, por que não?, compartilhe com ele, oras...)
CRIAS DAS BRUMAS – JACQUELINE MONTARRI
Jacqueline Montarri nasceu no ano
de 469 do Calendário de Barovia, na cidade de Krezk, em Barovia, filha de dois
talentosos ladrões. Ela logo aprendeu as particularidades da vida no submundo
da cidade e de sua comunidade mercantil. Aos 16 anos, ela era conhecida no
submundo do crime como a mais bela e talentosa ladra de Barovia. Porém,
envelhecer começava a preocupar a jovem moça e ela não queria sofrer com o
avanço da idade. Jacqueline foi até as Cataratas Tser em busca dos Vistani a
esperança que eles lhe confidenciassem o segredo da juventude eterna. Madame
Eva recusou-se no começo, mas a jovem decidiu ameaça-la. Foi quando a velha raunie
revelou que na biblioteca do Castelo Ravenloft a ladra poderia encontrar o que
procurava. Mas Jacqueline não se contentou com a informação. Paranóica e cega
por estar “perto” do que desejava, ela assassina Madame Eva com sua adaga.
Aqui cabe dizer que como Madame
Eva é parte da tribo Zarovan entre os Vistani, ela, assim como os demais da
tribo, vive sua vida em uma experiência não linear do tempo e pode ser
encontrada em diversas épocas, seja antes de seu nascimento, seja após a sua
morte.
Jacqueline infiltrou-se então no
lendário Castelo Ravenloft. Uma vez tendo encontrado a biblioteca, no entanto,
Strahd surgiu diante dela e a encantou. Quando a ladra saiu do transe, ela
estava presa numa cela da vila como uma criminosa. Aterrorizada, Jacqueline foi
levada pela multidão e recebeu a pena por roubo comum em Barovia: a morte.
Jacqueline foi decapitada. Após a execução, os Vistani apareceram e
requisitaram o corpo, informando que a ladra havia cometido um assassinato contra
sua tribo. E então os ciganos a amaldiçoaram.
Jacqueline acordou em um vardo (o
nome das carroças vistani) abandonado próximo a Krezk, tendo apenas uma leve
recordação do que aconteceu com ela. Feliz por estar viva, ela fugiu para um
esconderijo na vila. Foi lá que ela descobriu o sei destino: ao olhar para um
espelho, Jacqueline viu a imagem de Madame Eva. Com horror diante da punição
que ela sofrera, ela tirou a gargantilha preta que provavelmente escondia a
cicatriz em seu pescoço e o pânico tomou conta da ladra: a cabeça de Madame Eva
caiu e rolou pelo chão. Jacqueline tentou manter o resto de sanidade que lhe
restava para analisar a situação, tendo em vista que ela ainda podia
“funcionar” sem a cabeça. Ela percebeu que a gargantilha, de alguma forma
mágica, era capaz de segurar a cabeça no lugar.
Ela suspirou.
Jacqueline buscou então o
acampamento Zarovan em fúria, mas eles apenas riram para ela e disseram que a
única forma dela se libertar de sua maldição é conseguindo sua cabeça de volta.
E que se ela conseguisse, ela não só estaria livre, como teria seu desejo mais
profundo realizado: a eterna juventude.
Com o tempo, Jacqueline descobriu
que seu corpo não envelhecia, desde que com uma cabeça atada a ele. No entanto,
a cabeça que ela usasse envelhecia um ano a cada dia que ela a usava. Sua
maldição tocou também sua espada mágica, “Presa de Fero”, uma espada lendária
que ela roubou quando no reino de Arak. A espada funciona como uma espada
vorpal, que ao cortar a cabeça de seu alvo, a preserva de forma a nunca
envelhecer (exceto quando usada por Jacqueline).
Jacqueline se estabeleceu como
líder da companhia de mercadores Negociantes do Vardo Vermelho, em Krezk. Ela
utiliza a companhia para não só negociar com outras terras em busca de ouro e poder,
mas principalmente para procurar por sua cabeça. Boatos sobre o paradeiro dela
por vezes chegam a lhe dar esperança, para logo descobrir que a cabeça não está
mais lá e sim em algum outro lugar, `talvez com algum Lorde Sombrio. E enquanto
isso os Negociantes vão ficando cada vez mais ricos e poderosos. Apesar de
desejar mais do que qualquer coisa por sua cabeça, Jacqueline, com o passar dos
anos, tem gostado de sua posição de poder. Várias figuras malditas nas Terras
das Brumas, incluindo Lordes Sombrios, usam sua rede de Negociantes para fins
nefastos.
Jacqueline tem acesso a uma
grande quantidade de conhecimentos, habilidades e poderes que a pessoa que fora
dona da cabeça que a ladra estiver usando tinha quando viva. Ela tem uma
pequena coleção de cabeças, o que inclui conjuradores de nível 10 das mais
diversas classes (o nível máximo que ela é capaz de dominar). Jacqueline, no
entanto, guarda essas cabeças poderosas como um recurso raro que só deve ser
usado caso ela seja ameaçada. Mas independentemente da cabeça utilizada,
Jacqueline tem habilidades que permitem que ela seja um desafio a qualquer um,
afinal, ela é imortal.
Jacqueline passa boa parte de seu
tempo no andar de cima da sede dos Negociantes do Vardo Vermelho em Krezk, de
onde ela gerencia seus negócios através dos domínios. Ela também possui uma
opulenta mansão em Krezk, que ela mantém como uma terrível e assustadora casa
dos horrores, com centenas de redomas de vidro contando cabeças dos mais
diversos tipos, incluindo raças não humanas. Essas cabeças por vezes despertam
e gritam de agonia ou murmuram de tristeza, incapazes de morrer.
Estatísticas de Jacqueline Montarri
Para ter acesso a ficha de
Jacqueline Montarri, baixe o PDF com estas estatísticas AQUI.
Esperamos que tenham gostado de nossa
Cria das Brumas!
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Bons
jogos!