O MUNDO DE GREYHAWK - GEOGRAFIA (PARTE I)

  

Flanandia, no mapa da Paizo, feito em 2005.



O MUNDO DE GREYHAWK

 

Os cenários de D&D sempre encantaram Mestres por todo mundo. E um mundo em particular atraiu muita gente: GreyhawkGreyhawk foi o mundo criado por Gary Gygax para seus jogos. Ele começou a ser desenvolvido no ano de 1972 e durante muito tempo foi o principal cenário de D&D. Nem sempre foi o mais popular ou o mais vendido, mas o central, sem dúvidas, foi. É de Greyhawk que nomes como Tasha, Otto, Drawmij, Rary, Mordenkainen, Leomund e tantos outros magos que deram nomes a magias icônicas através das edições de Dungeons and Dragons vieram. Não só isso. Aventuras como O Templo da Maldade Elemental e A Tumba dos Horrores acontecem em Greyhawk. Aliás, se quiser ler a crítica de nosso bardo ranzinza sobre a última você pode ler AQUI. Vilões como Vecna e Acererak são de Greyhawk! Toda a terceira edição de D&D teve como mundo base o cenário de Greyhawk. Assim, os deuses presentes no Livro do Jogador da 3ª edição, as organizações presentes nos suplementos (e tão relacionadas as Classes de Prestígio), e tantas outras citações são diretamente ligadas a Oerth, em especial às terras das Flanaess, que chamaremos de Flanandia daqui por diante, para aportuguesamento do termo. Da mesma forma, o território e a Cidade Livre de Greyhawk serão tratadas como Gavião Cinzento, em contraste ao Cenário de Greyhawk.

 

Assim, hoje continuaremos nossa pequena série sobre Greyhawk que deve incluir A História (que você pode ler AQUI!)A GeografiaA Teologia e Cosmologia e Os Grupos de Poder de Greyhawk.

 

 

Vecna




GEOGRAFIA DE GREYHAWK - PARTE I

 

Na Parte I, apresentaremos um resumo sobre os Continentes, o Sistema Planetário e o Calendário de Flalandia. Mais pra frente trataremos dos Idiomas, das Regiões e Nações de Greyhawk.





 

 

 

 

OS CONTINENTES

 

Oerth possui 4 continentes: Oerik, o mais conhecido, onde ficam as teras da Flanandia, que é onde se concentram os grandes eventos do cenário. Além dele, existem os continentes de Hepmonalandia, situado nos trópicos, Telchuria (em homenagem a divindade Techur, deus do inverno) fica no polo norte do planeta. Aquárius seria o suposto continente desconhecido, do qual só se houve rumores. Há um quinto continente, Polária, que fica no Polo Sul, mas também não se fala muito dele nos livros.


Além das áreas continentais, existe inúmeras ilhas, como a Ilha do Fogo.

 

 






 

O PLANETA E SEU SISTEMA

 


Oerth tem um dia de 24 horas de duração, o tempo que o planeta leva para fazer a revolução entorno de seu próprio eixo. A Esfera de Cristal que de Oerth possui um estranho sistema planetário. Oerth não gira no entorno da órbita solar. O sol e os planetas do sistema orbitam Oerth. As duas luas de Oerth, Celene e Luna são os dois primeiros planetas. Os espaçonavegantes chamam as luas de Kule (Celene) e Raenei (Luna). Logo após, vem o Sol, chamado de Liga.  Um cinturão de asteróides conhecido como O Moedor (The Grinder) cerca esta região interna do sistema. Após o cinturão surgem, em ordem, os planetas de Edill, Miravilha (Gnibile), Conata (Conatha), Ginsel, Borka, Greela e O Espectro. Essa Esfera de Cristal é conhecida por Espacinzento (greyspace) e faz parte de um triângulo de Flógisto que liga Espacinzento a Krynnspaço e a Reinospaço (você pode ler mais sobre Reinospaço AQUI e AQUI).


O ano em Oerth é medido pelo tempo o sol leva para girar entorno de Oerth, 364 dias. O Sol visitaria os Doze Lares Zodiacais em seu translado, num céu que . Luna e Celene tem tempos distintos de ciclos: Luna tem ciclo de 28 dias, e Celene ciclo de 91 dias.


O ciclo de Luna, a grande lua pálida, determina a semana em Oerth, enquanto o ciclo de Celene, a pequena lua de cor verde-azulada, determina as estações. Luna é chamada em alguns locais de Senhora, enquanto Celene é conhecida como Aia.








 

 

O CALENDÁRIO

 

O calendário comum utilizado pelos habitantes civilizados de Flanandia é bastante antigo, sendo anterior a fundação do Grande Reino no ano 1 AC (Ano Comum). No entanto, o Grande Reino renomeou o calendário e determinou o ano de sua fundação como ano 1. Não há ano zero no calendário.


A semana tem duração de sete dias, e o mês possui 28 dias. Ambos são marcados pelo ciclo de Luna, a Senhora. O ano, chamado de Dozemês, tem 364 dias, dividido em 4 trimestres, cada um separado por uma semana de celebração. Essas semanas são marcadas pela fase de Celene, a Aia, que sempre está cheia no 4º dia de celebração, marcando o meio da semana. Essa marcação dos festivais faz com que a data da Luna cheia seja diferente a cada trimestre.


Os dias da semana são chamados, em ordem, de Estredia, Soldia, Ludia, Divindia, Aguadia, Terdia e Liberato. Divindia, o 4º dia da semana, é um dia guardado comumente para o culto, enquanto Liberato, o último, é um dia de descanso. Os demais dias são reservados para o trabalho.


O ano começa com uma semana de festividade, chamada de Necessifesta. Então começa o primeiro trimestre, com os meses de Busca-fogo, Preparação e Vespefria. Após o primeiro semestre, entra a segunda semana de festa, chamada de Crescesta. O segundo trimestre tem os meses de Plantação, Rebantempo e Sol-Próspero. Antes do terceiro trimestre chega a semana de Ricafesta, e após seu término vêm os meses de Colheita, Bommês e Colheitadeira. Por fim, a quarta semana festiva é a Fermenfesta, e o último trimestre é composto pelos meses de Remenrede, Prontomer e Por-Sol. Outros povos nomeiam de forma diferente as semanas e meses. No Calendário abaixo (feito por Raphael de Moura Teixeira, e de quem peguei os nomes dos dias, semanas e meses em português para este texto, com sua permissão), vemos como os Nômades e os Elfos chamam as semanas e meses de Flanandia.

 

 


Calendário da Flanandia por Raphael de Moura Teixeira






AS FESTIVIDADES

 

Necessifesta é uma semana gélida, que marca a transição de um ano para outro. Muitos reinos a comemoram com festas, música, dança, bebidas, decoração com luzes e troca de presentes. No Divindia de Necessifesta é marcado o solstício de inverno. No Liberato é comemorado o Dia dos Tolos, e algumas cidades deixam o controle local sob a tutela do mais talentoso bardo ou bobo da corte por cerca de sete horas, o que muitas vezes faz com que reine o caos e a loucura.


A Glória da Grande Lua acontece no dia 11 do mês de Preparação, quando Luna está cheia, mas Celene está nova. Essa festividade noturna é considerada sagrada, com uma comemoração especial sendo realizada no Observatório do Colégio Cinzento, onde uma vigilia é realizada durante toda a noite para observação do céu. Os cidadãos oeridianos fazem oferendas a deusa Atroa em suas capelas nesta noite, pedindo a Rainha da Primavera que chegue logo. Oferendas também são feitas a Telchur, o deus oeridiano do Norte e do Inverno, agradecendo por suas dádivas mas "sugerindo" que ele já pode retornar a seu lar no polo e adormecer novamente. Druidas também se reunem nesta noite sagrada, mas ninguém fora dos círculos conhece muito bem sobre o que fazem nesta data. Os camponeses marcam esta noite como o começo da primavera, apesar do começo da estação ser de fato marcada no dia 1º de Preparação.


Crescesta é uma semana tratada como uma semana quase como outra qualquer, exceto pela comemoração com a chegada da primavera. O clima é de dias de sol com brisas refrescantes e pancadas de chuva aqui e ali. Fazendeiros, pastores e pescadores começam a se preparar para a chegada do verão, e a atividade mercantil está em alta. Se a semana não é tão especial assim pra população em geral, isso não inclui os devotos de São Cuthbert. O Dia de São Cuthbert cai no 4º dia de Crefesta, o divindia daquela semana. Esta é a maior festa anual celebrada pela congregação. Já a Cidade Livre do Gavião Cinzento comemora especialmente o dia de liberato desta semana, pois o grande evento "Despotivo Mágiko" acontece nesta data. O Desportivo Mágiko é uma grande competição entre ilusionistas que devem conjurar a mais magnifica ilusão sobre o seguinte tema: O Histórico Ataque a Grande Citadela realizado por monstros e humanoides.




Centro da Cidade por Wayner





A Ricafesta é ainda menos comemorada de fato do que a Crescesta, sendo apenas uma semana de bastante calor, com a única comemoração acontecendo no 4º dia (divindia), o Dia do Grão-Verão, quando a população agradece aos deuses, neste dia que é o ápice do verão, por qualquer graça que lhe tenha sido concedida. O Dia do Grão-Verão é também conhecido como O Dia Sacro de Pelor. Pelor é muito adorado por toda Flalandia e seu dia é amplamente festejado por toda terra, sendo, por exemplo, a festa religiosa mais popular da Cidade Livre do Gavião Cinzento. O anoitecer deste dia também é muito popular, chamado de A Noite do Grão-Verão. Ambas as luas estão cheias nesta data, e a meia noite em ponto Celene eclipsa Luna. É uma noite solene, sagrada para muitos, de presságios e agouros para tantos outros, e um evento astronômico especial para todos. Esta noite é especial para druidas coletarem seu visco, mas também é uma noite perigosa em muitos locais pois os licantropos sentem a influência dupla da lua cheia e é impossível resistir ao chamado da besta.


Noite Preta é a noite quando as duas luas estão novas. Ela cai no dia 11 de Bommês, sempre num divindia. A Noite Preta também é conhecida como Noite Escura, Noite Obscura ou Noite Estrelada. Sábios aproveitam esta noite para observar as estrelas, ladrões se aproveitam da escuridão para cometer grandes roubos, grupos religiosos e cultos místicos buscam respostas nas sombras (por vezes com rituais macabros) e a maioria das pessoas ascendem as fogueiras para buscarem proteção na luz.


Fermenfesta é a última semana especial que precisa ser citada, com feriados na Cidade Livre do Gavião Cinzento apenas no seu primeiro e último dia (estredia e liberato). Nesses dias ninguém pode ser obrigado a trabalhar, e a folia é encorajada pelo governo. Muitos cidadãos festejam essa colheita do outono com toda extrapolação possível, e a embriaguez em público é extremamente comum. A cidade assume uma atmosfera de circo, e as ruas se enchem com artistas mambembe, acrobatas, músicos, animais treinados e aventureiros apresentando seus troféus recentes. A festa é extremamente popular em toda Flalandia Central. 









MEDINDO O TEMPO

 


A maioria das pessoas que aferem o tempo na Flanandia o fazem através de relógios solares. Estes relógios costumam ser bastante complexos, mostrando não só apresentar a hora do dia, como também o mês e o ano. Isso devido ao eixo inclinado do planeta e da órbita do sol ao redor de Oerth. A técnica para a criação destes relógios solares é tão antiga quanto o Império de Suel. Existem relógios mágicos a venda, no entanto, eles são absurdamente caros e apenas companhias de navegação, guildas e guardas noturnas de ricas cidades (e algum nobre com desejos extravagantes) costumam ter acesso a este tipo de objeto. Alguns relógios solares recebem simples encantamentos para que possam manter o registro das horas mesmo com o tempo nublado.

 

 

 





 




Nós fizemos a tradução do Calendário com cada um dos meses, semanas, dias e fases de Celene e Luna criado pela talentosa Anna B. Meyer. Seu site é o seguinte:

https://www.annabmeyer.com/greyhawk-maps/


Se quiser baixar o calendário em PT-BR, você pode fazê-lo AQUI!





FINALIZANDO



Esperamos que tenham gostado do segundo post desta série. Perdeu o primeiro? Leia AQUI! Quer ler sobre outros Cenários oficiais? Você pode ler sobre a história de Forgotten Realms AQUI e sobre Metrópoles Planares de Planescape AQUIAQUI e AQUI! Compartilhe esse texto! Comente e curta nossa página nas redes sociais!  @meuspergaminhos está no Twitter, Instagram e Facebook, além de seguir nosso canal no Youtube. Você pode encontrar nossos links nos ícones ali em cima ou visitar nosso Linktree AQUI.


Bons Jogos!